Na manhã desta sexta-feira, 27 de setembro, israel lançou um ataque aéreo no coração de Beirute, a capital do líbano, intensificando as tensões na região. Este bombardeio ocorreu logo após um discurso proferido pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo relatórios de agências de notícias internacionais, esta ofensiva marcaria a ação militar mais significativa contra o líbano desde o início do atual conflito, que já se estende por quase um ano, apoderando-se do foco das atenções globais.
O Ministério da Saúde do líbano reportou que, em decorrência dos ataques, dez vidas foram perdidas, e mais de 100 pessoas ficaram feridas, revelando o impacto devastador desses confrontos. O secretário-geral do hezbollah, Hassan Nasrallah, teria sido o principal alvo das operações aéreas israelenses, conforme fontes oficiais. O porta-voz das Forças Armadas de israel, Daniel Hagari, declarou que a operação visava a sede do grupo militante xiita, supostamente localizada em áreas densamente povoadas de Beirute, onde essas estruturas seriam utilizadas como escudos humanos pelos militantes. Apesar das investidas, a mídia internacional noticiou que Nasrallah sobreviveu ao ataque, aumentando a complexidade da situação.
Após os bombardeios, nuvens de fumaça negra se elevaram das áreas atingidas, sendo visíveis em Batroun, uma cidade a cerca de uma hora de distância de Beirute. Imagens capturadas no local revelaram a destruição maciça, com muitas edificações totalmente devastadas e chamas ainda ardendo sob os escombros. Em resposta, a Cruz Vermelha Libanesa mobilizou 10 equipes de resgate para a região de Dahiyeh, um subúrbio de Beirute, para atender às vítimas do ataque.
Reagindo ao ataque, o primeiro-ministro interino do líbano, Najib Mikati, expressou indignação, afirmando que a ação de israel demonstra um desprezo claro pelas solicitações internacionais que pedem um cessar-fogo e um fim aos combates na região. O impacto emocional e a gravidade das declarações ressaltam uma situação que continua a gerar preocupação tanto no panorama político quanto humanitário.
Enquanto isso, Netanyahu, em seu discurso na ONU, destacou que “israel busca a paz”, embora estivesse preparado para “conquistar a paz” se necessário. Ele descreveu a luta de israel contra “inimigos selvagens”, emitindo ameaças diretas ao Irã, afirmando que “se vocês, Irã, nos atacarem, nós retaliamos. Não há lugar no Irã que não possamos atingir, e isso é igualmente aplicável a todo o oriente médio”.
O primeiro-ministro também abordou a determinação de israel em erradicar a “maldição do terrorismo” que permeia toda a sociedade, mencionando especificamente as ações das forças armadas contra os grupos extremistas Hamas e hezbollah. Em sua visão, a milícia hezbollah representa uma ameaça constante, citando que esse grupo tem agido contra israel há cerca de um ano. Netanyahu enfatizou ainda que “israel deve derrotar o hezbollah no líbano“, afirmando que o país não poderia continuar tolerando a situação atual e que tinha a prerrogativa de proteger os cidadãos israelenses.
Além disso, Netanyahu teceu críticas à Organização das Nações Unidas, acusando-a de ser uma entidade que perpetua o antissemitismo. Ele argumentou que, nas últimas décadas, israel foi alvo de mais ataques verbais na Assembleia da ONU do que em qualquer outro lugar ao redor do mundo, questionando a credibilidade da organização e sua postura em relação ao Estado de israel. Seu tom de indignação refletiu uma frustração acumulada com a forma como as questões que envolvem israel têm sido tratadas na esfera internacional.
Esse ataque em Beirute e o discurso de Netanyahu na ONU sublinham um momento crítico nas relações entre israel e o líbano, evidenciando a persistência de conflitos armados na região e a complexidade das dinâmicas políticas que envolvem diferentes atores estatais e não estatais. A situação continua a evoluir rapidamente, com o mundo atento às repercussões que esses eventos podem gerar em um contexto de conflitos históricos e tensões geopolíticas.