O processo de construção da nova sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) avança para uma etapa decisiva, com a licitação para a conclusão das obras seguindo aberta até o dia 24 de março. A empresa que vencer este certame receberá três dos quatro prédios do complexo, já com a parte estrutural finalizada. Este projeto arquitetônico, assinado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, teve suas obras iniciadas em 2007, mas ficou paralisado por mais de uma década. Apenas no final de 2023, os trabalhos foram reiniciados, possibilitados pela colaboração entre o TRF1 e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

Atualmente, a equipe responsável está focada na finalização do Bloco C, que inclui a drenagem, impermeabilização e instalação da pele de vidro, além de construir uma passarela que se destaca como um dos elementos mais inovadores do projeto. Joice Kozlowski, engenheira da Novacap, explica que, ao final desta fase, a empresa ganhadora da próxima licitação receberá as estruturas prontas dos blocos A, C e D, além da passarela e de três subsolos.

A nova fase da licitação é um marco importante, pois permite que empresas tanto do Brasil quanto do exterior participem da escolha do responsável pela conclusão das obras — uma inovação significativa para a Novacap. Este contrato com o Poder Judiciário também é inédito, sendo a primeira licitação internacional da companhia. Durante a paralisação das obras, a Novacap se uniu ao TRF1 para atualizar projetos, oferecer consultoria e coordenar o planejamento e a execução das obras.

A nova sede do TRF1, localizada no Setor de Administração Federal Sul, é uma obra de grande escala. Ao ser concluída, contará com quatro blocos (incluindo o bloco B, que ainda não possui estrutura erguida) e três subsolos, abrangendo uma área total de 165 mil m². Este espaço será destinado a abrigar gabinetes de desembargadores, salas de sessões e um eficiente setor administrativo, projetando um ambiente moderno e funcional que atenderá às demandas do tribunal. Com um investimento de R$ 850 milhões, financiados pelo Poder Judiciário, esse complexo não apenas simboliza a modernização da Justiça Federal, mas também celebra a emblemática arquitetura de Oscar Niemeyer, aliando design inovador a soluções sustentáveis.

A grandiosidade do projeto traz consigo uma série de desafios técnicos, como a construção dos dois blocos curvos e a passarela sustentada por um único pilar — um verdadeiro destaque da arquitetura contemporânea. Segundo Kozlowski, a parceria com a Novacap foi crucial para impulsionar a obra: “Esse é um dos últimos projetos de Oscar Niemeyer que não pode permanecer paralisado. A experiência da Novacap em gerenciamento de obras, incluindo o acompanhamento de pontes e viadutos, foi essencial para a continuidade do trabalho.”

Além de sua importância estrutural, esta nova sede do TRF1 representa um momento significativo para brasília. De acordo com a engenheira, “é um projeto que se destaca por sua beleza arquitetônica e que será um atrativo turístico na cidade, reafirmando a capital como um polo de cultura e gestão pública”.

Os Tribunais Regionais Federais (TRFs) formam a 2ª Instância da Justiça Federal, responsável por julgar recursos contra decisões da 1ª Instância. Desde sua criação em 1989, os TRFs têm atuado como importantes órgãos judiciais. O TRF1, com sede em brasília, abrange não apenas o Distrito Federal, mas também os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, goiás, Maranhão, mato grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e tocantins. Sob a liderança do desembargador João Batista Moreira, o TRF1 se destaca como o maior tribunal do Brasil e a maior corte de segunda instância do mundo, reafirmando sua relevância e compromisso com a justiça no país.

A nova sede, portanto, não é apenas uma construção física, mas um símbolo da evolução e modernização do sistema judiciário, refletindo a harmonia entre arte, engenharia e função pública, enquanto se prepara para enfrentar os desafios do futuro.

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