Na manhã desta sexta-feira, 27 de setembro, o primeiro-ministro de israel, Benjamin netanyahu, realizou um discurso impactante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em nova york. Este evento ocorre em um contexto delicado, onde horas antes, as Forças Armadas de israel (FDI) intensificaram seus bombardeios em alvos no líbano e na Síria, refletindo um cenário de crescente tensão e violência no oriente médio. Enquanto a comunidade internacional busca maneiras de conter essa escalada, netanyahu fez questão de enfatizar os esforços de seu governo em busca da paz, afirmando que “israel busca a paz” e, se necessário, tomará as medidas necessárias para “conquistar a paz”.
No entanto, o tom do discurso rapidamente se tornou mais agressivo, pois netanyahu declarou que israel enfrenta “inimigos selvagens”, e direcionou suas críticas diretamente ao Irã. “Se vocês [Irã] nos atacarem, nós iremos retaliar. Não existe um lugar em território iraniano que não possamos atingir. Essa verdade se aplica a toda a região do oriente médio”, afirmou com firmeza. Em sua retórica, o líder israelense destacou que seu país está determinado a erradicar “a maldição do terrorismo” dentro de suas fronteiras, mencionando especificamente a luta contínua contra os grupos extremistas Hamas e hezbollah. Segundo netanyahu, o hezbollah tem sido uma ameaça persistente por cerca de um ano, e ele fez um apelo para que o Hamas se rendesse e entregasse suas armas. “Se eles não se rendem, lutaremos até alcançarmos uma vitória absoluta”, disse.
O primeiro-ministro também fez uma declaração contundente sobre a necessidade de derrotar o hezbollah no líbano, afirmando que israel não pode mais tolerar a situação atual: “Estamos agindo para restaurar a segurança de nossos cidadãos. É nosso direito legítimo acabar com essa ameaça”, reforçou. Ao se dirigir à comunidade internacional, netanyahu fez um apelo claro: “israel fez sua escolha, e os países devem decidir se se alinharão com uma nação que defende a democracia e a paz ou com uma ditadura sanguinária que apoia o terrorismo”.
Durante sua apresentação, netanyahu não poupou críticas à ONU, acusando a entidade de antisemitismo e de ser um espaço que permite ataques constantes a israel. Ele expressou sua indignação ao afirmar que, na última década, houve um número excessivo de condenações e ataques contra israel na Assembleia Geral, considerando inaceitável o que ele classificou como uma “piada inconcebível”. Além disso, o primeiro-ministro contestou a recente acusação do Tribunal Internacional de Justiça, que apontou israel por genocídio na Faixa de gaza, chamando essa afirmação de “absurda”. “Os verdadeiros crimes de guerra não estão em israel, mas no Irã, em gaza e no líbano”, argumentou.
No líbano, a situação humanitária se agravou dramaticamente. O Ministério da Saúde libanês relatou quase 700 mortes apenas nesta semana, enquanto a agência da ONU para refugiados, Acnur, informou que mais de 30 mil pessoas cruzaram a fronteira para a Síria nas últimas 72 horas. O coordenador humanitário da ONU no líbano descreveu a violência como “catastrófica”, destacando que estamos diante do período mais letal do país em uma geração.
netanyahu, preocupando-se com os civis afetados, reiterou sua posição: “Não desejamos que nenhum civil perca a vida. Essa é sempre uma tragédia. Fazemos o possível para minimizar danos, mesmo quando os inimigos usam civis como escudos”, defendeu, frisando que israel está em guerra com o hezbollah, que, segundo ele, sequestrou o país e o está destruindo com suas armas.
Em nova york, onde netanyahu chegou um dia antes, o clima também foi agitado por protestos. Manifestantes, incluindo um grupo de judeus contrários à guerra em gaza, se reuniram próximo à sede da ONU, exigindo um cessar-fogo e denunciando o que chamaram de mentiras difundidas pelo primeiro-ministro. A demanda por paz e a interrupção das hostilidades em gaza ecoaram nas vozes dos ativistas, que enfatizaram a necessidade de uma abordagem pacífica e soluções que não envolvam mais violência.
Os protestos prometem continuar nos próximos dias, à medida que os manifestantes clamam pela paz e pela proteção dos civis, em meio ao crescente conflito que afeta toda a região.