Desmentindo Conexões

Na última quinta-feira, 18 de setembro, o advogado Nelson Wilians negou conhecer Antonio Carlos Camilo Antunes, popularmente identificado como o ‘Careca do INSS‘. Durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Wilians se mostrou enfático, afirmando que só soube da existência de Antunes através das mídias. ‘Quero ser claro: eu, Nelson Wilians, não conheço o Careca do INSS. Essa figura chegou ao meu conhecimento apenas por conta das notícias’, afirmou o advogado. Embora tenha sido convocado como testemunha, ele não é obrigado a prestar declarações, conforme decisão do INSS.

Wilians, no entanto, confirmou conhecer Maurício Camisotti, com quem mantém uma relação de amizade desde 2015, quando foram apresentados por um amigo em comum. ‘Ele é uma pessoa íntegra, assim como eu. Nossa relação começou de forma profissional e evoluiu para a amizade’, destacou.

Farra do INSS

O escândalo envolvendo o INSS foi revelado pelo portal Metrópoles, que publicou uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. As investigações mostraram que a arrecadação das entidades resultantes de descontos nas mensalidades de aposentados disparou, alcançando a marca de R$ 2 bilhões em apenas um ano. Essa situação ocorre em meio a milhares de ações judiciais contra associações por práticas fraudulentas na filiação de segurados.

A cobertura do Metrópoles não só gerou discussões públicas como também levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF), que está colaborando com a Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 reportagens do portal foram citadas pela PF na representação que resultou na Operação Sem Desconto, lançada em 23 de abril. Essa operação culminou na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Um relatório do Coaf, que faz parte das investigações subjacentes à Operação Sem Desconto, revelou que Wilians movimentou a quantia de R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas. Além disso, o advogado também transferiu R$ 15 milhões para Maurício Camisotti e contribuiu com doações para a campanha do senador Rogério Marinho (PL-RN), que é membro da CPMI.

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