Mudança na Classificação do Caso
A Justiça paulista alterou, na última sexta-feira (11/7), a classificação da morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, um marceneiro de 26 anos que foi baleado por um policial militar fora de serviço em Parelheiros, zona sul da capital. Inicialmente tratado como homicídio culposo, o caso agora será investigado sob a perspectiva de homicídio doloso, que implica intenção ou aceitação do risco de causar a morte.
A tragédia ocorreu na noite de 4 de julho, quando Guilherme, que havia terminado seu expediente, corria em direção ao ponto de ônibus e foi atingido na cabeça por um disparo do policial Fábio Anderson Pereira, de 35 anos. O PM alegou que confundiu o jovem com um criminoso que o teria assaltado momentos antes. Após o incidente, Fábio foi detido em flagrante, mas foi solto após o pagamento de uma fiança de R$ 6,5 mil.
Mais Detalhes do Caso
A reclassificação do homicídio atende a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP), e o processo será encaminhado ao Tribunal do Júri, onde será decidido o futuro de Fábio Anderson.
Na noite do crime, Guilherme carregava consigo uma marmita, livros, remédios e itens de higiene, indicando que havia acabado de deixar o trabalho. Ele chegou a registrar uma foto no ponto da empresa às 22h28, poucos minutos antes de ser fatalmente atingido. O ataque foi registrado por câmeras de segurança, que mostram Guilherme correndo para o ponto de ônibus, onde foi baleado às 22h35, levando à sua morte no local. Uma mulher que estava na mesma rua também foi ferida, mas não há informações disponíveis sobre seu estado de saúde.
Reações e Demandas por Justiça
A morte de Guilherme suscitou fortes reações de entidades de direitos humanos e autoridades governamentais. O governo Lula, através do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), pediu investigações ágeis e eficazes. “A justiça para Guilherme Dias e sua família é um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa”, destacou o ministério, que ressaltou a necessidade de que a cor da pele não determine o risco de morte no país.
Além disso, a nota emitida pelo ministério enfatizou que o episódio serve como um alerta urgente sobre a necessidade de reavaliar as políticas de segurança pública e o papel das forças policiais. A declaração foi categórica ao afirmar que é inaceitável que agentes encarregados de proteger a população estejam envolvidos em atos de violência e discriminação.