O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de moraes, destacou que o núcleo central da alegada tentativa de golpe de Estado contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está diretamente vinculado ao núcleo de desinformação, conhecido como núcleo 4. Este aspecto crucial está sendo analisado nesta terça-feira (6/5) pelos ministros da primeira turma da Corte. O núcleo 1, considerado o principal, já foi formalmente acusado e tem entre seus membros o ex-presidente Jair bolsonaro (PL).
Durante o julgamento, moraes apresentou conversas que revelam a interação entre Ailton Gonçalves moraes Barros, um dos denunciados, e o ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de bolsonaro, General Braga Netto. Essas mensagens revelam tentativas de desacreditar o então comandante do exército, Freire Gomes, que, segundo as alegações, se opunha ao movimento golpista.
Os denunciados que estão enfrentando a análise da denúncia nesta sessão incluem os militares Ailton Gonçalves, Ângelo Martins Denicoli, Carlos Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida e Reginaldo Vieira de Abreu, junto com o agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet e Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro responsável pelo Instituto Voto Legal.
O relato da denúncia, que já foi acolhido pela Procuradoria Geral da República (PGR), torna evidente que o núcleo político — envolvido na tentativa de derrubar a ordem democrática — estava utilizando suas diretrizes para alimentar o núcleo de desinformação. moraes enfatizou que a prova apresentada pela PGR contém indícios consistentes que apontam a autoria das ações de Ailton e sua ligação com o projeto maligno de disseminação de informações enganosas.
O ministro reforçou que a estrutura política do núcleo 1 era responsável por repassar informações enganosas, as quais seriam manipuladas e amplificadas pelo núcleo 4. “As graves acusações feitas pela Procuradoria Geral da República devem ser analisadas sob a perspectiva de uma organização criminosa que visa desestabilizar a democracia”, afirmou moraes, indicando que está votando pela aceitação da denúncia. Ele também ressaltou a clara conexão entre os dois núcleos denunciados, afirmando que não há dúvida sobre a comunicação entre eles neste contexto.
De acordo com a alegação apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os indivíduos investigados fazem parte de um grupo envolvido na propagação de notícias falsas que comprometem a integridade do processo eleitoral brasileiro.
Durante a continuação do julgamento, os ministros da primeira turma estão examinando o mérito da questão — se aceitam ou não a denúncia da PGR para formalizar a situação dos sete acusados. moraes esclareceu que neste estágio o foco é a presença de indícios razoáveis para dar início à ação penal.
O ministro também observou que “todos sabemos dos esforços para criar o chamado ‘gabinete do ódio’, que envolve núcleos de notícias fraudulentas, que vão desde o financiamento até a produção e a disseminação dessas informações falsas”. Para moraes, os acusados não eram apenas indivíduos que trocavam informações; eles faziam parte de uma estrutura mais ampla que incentivava uma parte da população a se opor à Justiça Eleitoral e ao STF.
Abaixo estão os membros do núcleo 4, que estão sendo discutidos neste julgamento e que são acusados de participar ativamente na disseminação da desinformação:
– Ailton Gonçalves moraes Barros – Major da reserva do exército;
– Ângelo Martins Denicoli – Major da reserva do exército;
– Carlos Giancarlo Gomes Rodrigues – Engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
– Guilherme Marques de Almeida – Tenente-coronel do exército;
– Reginaldo Vieira de Abreu – Coronel do exército;
– Marcelo Araújo Bormevet – Agente da Polícia Federal.
Essas revelações e o desenrolar do processo apontam para a gravidade da situação, mostrando a necessidade de um exame criterioso dos eventos que circunscrevem este caso de desinformação e tentativa de subversão da ordem democrática no Brasil. As evidências apresentadas até o momento buscam aprofundar ainda mais a análise sobre o impacto e as consequências das ações deste grupo, à medida que a Justiça avança em suas deliberações.