Ministro do STF Revela Detalhes de Mensagens
Durante seu voto na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes fez uma comparação impactante: as trocas de mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem não pertencem a uma facção criminosa, mas sim a um alto funcionário do governo. O STF reabriu, nesta terça-feira (9 de setembro), o julgamento da Ação Penal nº 2.668, que envolve Bolsonaro e outros sete réus, acusados de planejar uma tentativa de anulação das eleições de 2022.
O ministro destacou as anotações da Polícia Federal encontradas no computador de Ramagem, que continham questionamentos sobre as urnas eletrônicas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) argumenta que esse material era direcionado a Bolsonaro, uma alegação que a defesa do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) refuta.
“Essa mensagem não é de um criminoso do PCC. É uma mensagem do então diretor-geral da Abin e futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. A organização criminosa já iniciava ações para manter-se no poder, independentemente de qualquer controle judicial”, enfatizou Moraes.
Mensagens e Anotações que Relacionam GSI ao Esquema Golpista
Moraes também trouxe à tona anotações do ex-ministro Augusto Heleno, que corroboram as de Ramagem, evidenciando a estrutura criminosa que visava atacar o Poder Judiciário. “É inaceitável que um general do Exército mantenha uma agenda repleta de anotações golpistas”, comentou Moraes.
Durante seu discurso, o ministro frisou que a preparação de atos para deslegitimar as eleições e o Poder Judiciário não pode ser considerada normal, especialmente em uma democracia do século XXI. “Como é possível achar aceitável que um general possua uma agenda com esses objetivos?”, indagou Moraes.
Anotações de Heleno Revelam Plano de Descredibilização
A denúncia apresentada pela PGR contra o ex-presidente e 33 outros indivíduos inclui indícios de crimes como a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As anotações de Augusto Heleno, então ministro do GSI, detalham um planejamento para desacreditar as urnas eletrônicas.
No domicílio de Heleno, foi encontrada uma agenda que contém diretrizes estratégicas para criar um discurso que deslegitimasse as urnas eletrônicas, refletindo uma tentativa orquestrada de minar a confiança no sistema eleitoral.