Moradores da região em torno do São Francisco Golf Club, fundado pelo Conde Luiz Eduardo Matarazzo na década de 1930, enfrentaram uma situação alarmante ao lidarem com um incêndio florestal por pelo menos três dias, convivendo com fogo e fumaça que ameaçavam suas residências. Em um ato de desespero, descreveram sua mobilização como angustiante, utilizando baldes e pás para tentar controlar as chamas e proteger o ambiente ao redor. No sábado, 14, conscientes da gravidade da situação, os residentes decidiram, com recursos próprios, contratar dois caminhões-pipa para irrigar a vegetação e prevenir novos focos de incêndio.

A preocupação predominante entre os moradores era a possibilidade de que o fogo se propagasse até as casas e edifícios próximos ao bosque. Contudo, no domingo, 15, após a intervenção com caminhões-pipa, as chamas foram finalmente controladas, trazendo um alívio temporário à comunidade aflita. Contudo, a vigilância continua, visto que os moradores estão pensando em contratar um serviço de segurança particular para monitorar a área, mantendo um olho atento nos desenvolvimentos e em possíveis novos riscos. Essa medida é considerada essencial diante do receio de que possa haver um ato criminoso por trás do incêndio.

A situação foi comunicada à Secretaria de Segurança Pública, que confirmou estar investigando o caso com o auxílio do Corpo de Bombeiros. A localização do incêndio, perto da divisa entre Osasco e são paulo, é crucial, pois a área abriga trechos de floresta protegidos por diversas legislações estadual, municipal e federal. Em meio a essa crise, a associação de moradores está tentando proteger a área, buscando um tombamento, especialmente considerando os planos do Ekko Group para um futuro empreendimento imobiliário próximo ao local. A empresa, por sua vez, se manifestou, afirmando que “repudia qualquer ato irresponsável e maldoso contra o meio ambiente”.

Os residentes, que pediram para manter suas identidades em sigilo ao relatar a situação ao Estadão, descreveram como o incêndio começou na tarde de quinta-feira, 12. O Corpo de Bombeiros foi imediatamente acionado. De acordo com relatos, inicialmente uma viatura chegou ao local, mas não conseguiu controlar o fogo, levando à necessidade de mais reforços. Uma moradora, que vivenciou essa emergência, recorda: “Primeiro, veio uma viatura. Ela não conseguiu dar conta, veio mais uma. Depois, outra.”

Durante as interações com os bombeiros, um deles sugeriu que os moradores contratassem um caminhão-pipa. O bombeiro avisou sobre a grande quantidade de brasas presentes no local, alertando que poderia ser difícil apagar o fogo de forma eficaz. Na manhã de sexta-feira, 13, uma das moradoras, cujas casas fazem divisa com o bosque, percebeu fumaça ao acordar e imediatamente avisou os vizinhos. Ela decidiu levar suas filhas para a escola e solicitar dispensa do trabalho para permanecer em casa, já que se sentia insegura com a situação. Com outros moradores, ela inspecionou a área e identificou vários pontos de brasas ainda ativos.

A partir das 15h, as chamas realmente começaram a se intensificar, ameaçando se espalhar ainda mais perto das residências. Enquanto aguardavam a chegada dos bombeiros, ela e outros vizinhos tentaram controlar o incêndio utilizando mangueiras. “Foi um esforço amador e até inseguro, mas fizemos o possível para melhorar um pouco a situação”, afirmou. Diante da gravidade da situação, à tarde, foi decidido coletivamente que seria necessário contratar os caminhões-pipa, que eventualmente trouxeram algum alívio ao fogo.

Atualmente, os vizinhos continuam a discutir a possibilidade de mais contratações de caminhões-pipa e a criação de uma proposta para a vigilância da área, para evitar novas tragédias no futuro. As lembranças do que aconteceu são intensas, e muitos afirmam que a experiência foi verdadeiramente desesperadora. Com o fortalecimento da comunidade e a busca por soluções mais estruturais, os moradores esperam garantir a segurança de suas casas e a preservação do meio ambiente em sua vizinhança.

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