O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, nesta quarta-feira (20), a abertura de quatro novos mercados na china para diversos produtos da agropecuária brasileira. Esta confirmação segue os acordos previamente estabelecidos entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, destacando uma importante parceria entre os dois países. Já na terça-feira (19), o Brasil havia recebido a notícia de que a china começou a importar sorgo, gergelim e uvas frescas, e agora, o governo brasileiro confirma que a farinha de peixe, usada na ração animal, também fará parte dessa nova pauta de exportação. Desde o início de 2023, o Brasil tem registrado a conquista de 281 mercados agropecuários, mostrando a força e relevância do país no cenário global de exportações.
Para quem busca ficar por dentro de todas as novidades sobre agricultura, pecuária, economia e meteorologia, uma ótima opção é seguir o Canal Rural no WhatsApp, onde informações valiosas estão sempre disponíveis a um toque de distância.
Segundo informações do Mapa, os quatro protocolos assinados recentemente com a Administração Geral de Aduana da china (GACC) estabelecem requisitos fitossanitários e sanitários para a exportação desses produtos, fortalecendo as relações comerciais e garantindo a segurança alimentar. O impacto positivo desse acordo se estenderá a produtores de diversas regiões brasileiras, já que a lista inclui uvas frescas, gergelim, sorgo e farinha de peixe, assim como óleos e proteínas derivadas de pescado, que poderão ser exportados para o crescente mercado chinês.
O ministro Carlos Fávaro destacou, durante a cerimônia de assinatura, a sólida relação diplomática entre Brasil e china. Ele enfatizou que o Brasil já se consolidou como um fornecedor confiável de alimentos e energia renovável, e essa nova fase de parcerias pode levar a um aumento significativo na capacidade produtiva do país de forma sustentável. Essa afirmação reforça o compromisso do Brasil em expandir suas oportunidades de exportação, utilizando tecnologia e expertise na produção agrícola e pecuária.
As estimativas da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa apontam que, com o crescente interesse da china por produtos brasileiros, o comércio potencial pode alcançar impressionantes US$ 450 milhões anualmente. O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, salientou que, considerando outras variáveis do mercado, esse número pode ultrapassar os US$ 500 milhões. Destaca-se que apenas os quatro produtos que resultaram do recente acordo representam um valor potencial de US$ 7 bilhões em importações para a china, que é reconhecida como o maior importador mundial de gergelim, onde o Brasil ocupa a sétima posição em exportações.
No contexto do mercado de farinha de peixe, a china também lidera as importações globais. A expectativa é de que o Brasil possa ampliar ainda mais sua participação neste segmento, além de satisfazer a demanda crescente de uvas frescas, especialmente aquelas consideradas premium, com a china importando mais de US$ 480 milhões desse tipo de produto apenas no ano passado.
As uvas frescas levam vantagem em termos de localização, com a maioria das exportações prevista para os Estados de Pernambuco e bahia. O Mapa observa que os pomares envolvidos, assim como as casas de embalagem e as instalações de tratamento a frio, devem seguir rigorosamente as boas práticas agrícolas e estar devidamente registradas.
Para as empresas exportadoras de farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas derivadas de pescado para alimentação animal, é necessário seguir o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Também é imprescindível a implementação de um sistema de recall e rastreabilidade dos produtos, que deve ser aprovado pelo Brasil e registrado na china, com validade de cinco anos. É importante destacar que as matérias-primas utilizadas devem ser provenientes de pescados sob regulamentação, garantido que todo o processo atenda aos padrões exigidos, promovendo a segurança e a qualidade dos produtos exportados.
Esse desenvolvimento representa um destaque na postura comercial do Brasil, não apenas no mercado chinês, mas também em um panorama global, demonstrando como parcerias estratégicas podem contribuir para o crescimento do setor agropecuário.