Na terça-feira, dia 17, o mercado de açúcar experimentou uma queda após a alta observada no dia anterior. Na bolsa de nova york, o contrato com vencimento para julho de 2025 está sendo negociado a 16,27 cents por libra-peso, refletindo uma diminuição de 1,51%. Por outro lado, o contrato para outubro de 2025 apresenta uma cotação de 16,68 cents, com uma redução de 1,53%. O cenário do mercado é influenciado por uma combinação de fatores, incluindo a demanda fraca e as previsões de alta produtividade nos principais países produtores. Além disso, as flutuações cambiais podem direcionar uma quantidade maior de açúcar para o mercado interno, enquanto as oscilações nos preços do petróleo impactam a escolha entre a produção de etanol e açúcar a partir da cana-de-açúcar.
No que diz respeito aos dados fundamentais, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apresentou informações sobre a produção na segunda quinzena de maio no Centro-Sul do Brasil. Durante este período, a produção de açúcar alcançou 2,95 milhões de toneladas, marcando um crescimento de 8,86% em comparação ao mesmo intervalo da safra anterior, que totalizou 2,71 milhões de toneladas. Contudo, ao analisar o acumulado da safra até 1º de junho, a produção totalizou 6,95 milhões de toneladas, o que indica uma queda de 11,64% em relação às 7,87 milhões de toneladas produzidas no mesmo período do ciclo anterior.
Os preços médios do açúcar cristal no mercado spot de São Paulo continuam a apresentar uma tendência de queda. De acordo com analistas do Cepea, o enfraquecimento nos preços é resultado, em grande parte, da desvalorização externa. No mercado interno, a disponibilidade de açúcar cristal tipo Icumsa 150, que é considerado de melhor qualidade, permanece restrita. As chuvas no início de junho impactaram negativamente a produção, dificultando a moagem e a oferta do produto. Apesar desse cenário, a pressão negativa sobre os preços internos do açúcar persiste. O Indicador CEPEA/ESALQ, referente ao açúcar com coloração entre Icumsa 130 e 180, voltou a operar na faixa dos R$ 120 por saca de 50 kg, um nível que não era visto desde outubro de 2022, evidenciando a instabilidade do mercado.
Além disso, o preço do etanol hidratado também seguiu em tendência de baixa no mercado spot paulista na semana passada, resultando no quinto recuo consecutivo. No entanto, os pesquisadores do Cepea notam que essa tendência de queda perdeu um pouco de força. Muitos vendedores estão demonstrando maior resistência em relação aos preços que estão pedindo, enquanto as chuvas nas áreas de produção dificultaram as atividades agrícolas e, consequentemente, a moagem nas usinas. Isso resultou em uma oferta reduzida no mercado à vista, o que pode equilibrar um pouco a pressão sobre os preços.
A recente valorização do petróleo no cenário internacional, juntamente com o aumento da demanda devido à proximidade do feriado desta semana, também ajudou a proporcionar uma leve sustentação nos valores do etanol. Entre os dias 9 e 13 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ para o etanol hidratado foi registrado a R$ 2,5404 por litro (valor líquido de ICMS e PIS/Cofins), o que representa uma ligeira queda de 0,35% em comparação ao período anterior. Já o etanol anidro foi cotado a R$ 2,9021 por litro (valor líquido, sem PIS/Cofins), apresentando uma diminuição de 1,45% no mesmo comparativo.
Essas flutuações nos preços e na produção refletem não apenas as condições climáticas e a dinâmica do mercado, mas também evidenciam a interdependência entre os setores de açúcar e etanol, que são impactados por fatores externos e internos. O panorama atual sugere que os produtores devem estar atentos às tendências do mercado, às variações cambiais e às condições climáticas, que podem influenciar tanto a oferta quanto a demanda nos próximos meses. A busca por estratégias que otimizem a produção e a comercialização será crucial para enfrentar esses desafios e garantir a sustentabilidade nesse setor vital da economia.