O governador do estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, reiterou nesta segunda-feira (16) a urgência de implementação de legislações mais rigorosas para combater os incêndios criminosos que têm devastado a região. Durante uma entrevista à Jovem Pan News, o governador ressaltou a necessidade de o Congresso Nacional estabelecer normas mais severas, com penas mais duras para aqueles que se envolvem em crimes ambientais, citando como exemplo os incêndios florestais que têm causado preocupação na comunidade local. Entre os 184.363 focos de calor identificados no Brasil entre 1º de janeiro e 15 de setembro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um alarmante número de 40.546 ocorre em Mato Grosso, seguido por 31.917 no estado do Pará.
Mauro Mendes enfatizou que a ação de indivíduos “irresponsáveis e mal-intencionados” que ateiam fogo ao meio ambiente deve ser severamente punida. Ele destacou que esses atos não podem se tornar uma prática aceita e afirmou: “Precisamos endurecer as leis e aplicar sanções rigorosas contra aqueles que minam nosso futuro, atacam nosso meio ambiente e comprometem a produção agrícola da região”. O governador indicou que apenas através de uma legislação mais rigorosa será possível desestimular a continuidade dessas práticas criminosas.
“Enfrentamos desafios no Brasil que exigem respostas diferentes e efetivas. É imperativo agir dentro dos limites da lei e aplicar punições severas”, afirmou Mendes, buscando reforçar o papel do estado na proteção do meio ambiente e na responsabilização daqueles que desrespeitam as normas.
Os dados apresentados pelo governo estadual evidenciam que a maioria dos incêndios registrados aconteceu em áreas de conservação, e não em zonas produtivas, reforçando a ideia de que o agronegócio não é o principal responsável por esses incidentes. Durante sua participação na sessão de abertura da cúpula ministerial do G20 Agro em Chapada dos Guimarães, Mendes rejeitou a ideia de que produtores rurais são os causadores dos incêndios. “Ninguém no seu juízo sadio incendeia sua propriedade. A vegetação seca é um patrimônio, uma reserva que agrega valor. É inconcebível pensar que um proprietário queimaria suas próprias fontes de renda. Como podemos responsabilizar um agricultor que já sofreu penalizações por um incêndio causado por terceiros, de forma irresponsável ou criminosa?”, questionou.
Defendendo ações contra o desmatamento ilegal, o governador afirmou que as queimadas nas áreas rurais têm uma complexidade, uma vez que muitas vezes o incêndio não é originado pelo proprietário da terra. No último final de semana, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso reportou a extinção de um incêndio na Terra Indígena Tadarimana, em Rondonópolis. As equipes de combate estavam no local desde a sexta-feira (13), demonstrando a prontidão e comprometimento dos serviços de emergência na região.
Além disso, no domingo (15), mais de mil bombeiros estavam envolvidos no combate a 53 focos de incêndios ativos no estado, em um esforço contínuo e sistemático de contenção. Desde o início do período proibitivo para a queima controlada, os bombeiros conseguiram apagar 131 incêndios florestais em diversas cidades, incluindo Campo Novo do Parecis, Cuiabá, Pontes e Lacerda, Sorriso, e Chapada dos Guimarães, entre outras.
O apelo de Mauro Mendes por mudanças legislativas e uma abordagem mais rigorosa no combate aos crimes ambientais reflete uma preocupação crescente com a preservação do meio ambiente e a sustentação da produção agrícola em Mato Grosso. Com a mobilização constante do Corpo de Bombeiros e a busca por leis mais severas, a esperança é de que ações efetivas possam dissuadir práticas ilegais e garantir a proteção dos recursos naturais.
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