Desligamento e Novos Rumos na Reag Investimentos
José Carlos Mansur, o fundador da Reag Investimentos, anunciou sua saída do comando da gestora, uma das maiores do Brasil, que recentemente se tornou alvo de buscas e apreensões no âmbito da operação Carbono Oculto. Este levantamento, que teve início há duas semanas, visa desmantelar um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com indícios de relações na Faria Lima, o principal centro financeiro do Brasil, e possíveis ligações com o PCC.
A retirada de Mansur da gestão foi oficializada por meio de um fato relevante, divulgado na manhã do domingo (7/9) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além de Mansur, também deixaram a Reag Altair Tadeu Rossato, membro do conselho de administração e do comitê de auditoria, e Fabiana Franco, que ocupava o cargo de diretora financeira da empresa, que administra ativos avaliados em cerca de R$ 340 bilhões.
MBO e a Nova Estrutura de Controle
Num outro comunicado emitido no mesmo dia, a Reag revelou que Mansur negociou a venda de sua participação por meio de um modelo de MBO (“management buyout”), onde os gestores de uma empresa assumem a propriedade da companhia em que atuam. O negócio foi formalizado em uma reunião do conselho de administração no sábado (6/9).
A aquisição foi concretizada pela Arandu Capital Holding, uma entidade controlada pelos principais executivos da Reag, que adquiriu a totalidade das ações dos atuais controladores, representando 87,38% do capital social da companhia. O valor aproximado da transação gira em torno de R$ 100 milhões, incluindo uma parcela variável vinculada à receita operacional líquida ao longo de cinco anos.
Apesar de sua saída da gestão, Mansur continuará envolvido em outras empresas do grupo, como a Ciabrasf, que se dedica à administração de fundos e serviços fiduciários. No comunicado oficial, a Reag Investimentos destacou que a mudança de controle é uma medida para “proteger a integridade e a reputação” da empresa, de seus profissionais e dos clientes.
Buscando Estabilidade em Tempos de Crise
O comunicado ainda enfatiza que esta decisão foi considerada a mais sensata para assegurar a continuidade dos negócios e a governança corporativa da Reag, evitando qualquer tipo de interferência externa ou interna. A operação Carbono Oculto, que envolve fraudes significativas, traz um cenário desafiador e inédito para o setor financeiro, especialmente em um momento em que a confiança dos investidores é mais crucial do que nunca.
O futuro da Reag Investimentos passa a ser uma questão observada atentamente por analistas e investidores, uma vez que a integridade e a reputação da empresa são fundamentais para sua recuperação e continuidade no mercado. A saída de Mansur, que é um nome conhecido no mercado financeiro, representa uma mudança substancial em um momento delicado, e os desdobramentos dessa nova fase serão acompanhados de perto.