Críticas e Expectativas nas Manifestações Recentes
O pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores da manifestação bolsonarista de 7 de setembro na Avenida Paulista, não poupou críticas aos atos realizados pela esquerda no mesmo dia. Para ele, as manifestações promovidas pelo PT, que ocorreram em diversas cidades em protesto contra a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e em defesa da soberania nacional, foram um verdadeiro fiasco. Malafaia avaliou que a escolha da data para os protestos da esquerda foi um “erro estratégico”.
“A manifestação do PT foi um fiasco em todo o Brasil. Um fiasco. Acho que faltou estratégia para eles, sabe? Marcar no mesmo dia, pelo amor de Deus”, comentou Malafaia, antes de iniciar o seu ato na Avenida Paulista.
O pastor ainda enfatizou que os atos organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram um sucesso em diferentes locais, como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Belo Horizonte e Salvador. “Estamos cumprindo nosso propósito. Verdade, anistia”, acrescentou.
Comparativo de Participação e Mobilização
Em São Paulo, a manifestação da esquerda, que aconteceu na Praça da República pela manhã, contou com a presença de figuras proeminentes do governo Lula, como o ministro Paulo Teixeira (PT), e do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que representou a oposição. De acordo com dados do Monitor do Debate Político do Cebrap, a manifestação na Praça da República reuniu cerca de 8,8 mil pessoas, contabilizadas por meio de fotos aéreas tiradas por drones. Por outro lado, a presença na Avenida Paulista foi estimada em aproximadamente 36,7 mil participantes, segundo o mesmo método de cálculo.
Malafaia expressou a expectativa de que a manifestação do domingo pressione os parlamentares a aprovarem o projeto de anistia para aqueles envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. “É forte. O povo é o supremo poder. Isso é constitucional. Ao povo, se dobra Congresso Nacional, STF, Poder Executivo. O povo é o povo. O poder emana do povo. Não tem outra. Se um povo pressiona e mostra, vai fazer o quê?”, questionou ele.
O pastor fez uma comparação com uma anistia anterior, que foi concedida entre 1961 e 1979, ressaltando que abrangeu pessoas envolvidas em atividades violentas. “A última anistia, que compreendeu de 1961 a 1979, para quem foi dada? Guerrilheiros assassinos, assaltantes de banco, sequestradores de embaixador. Queriam dar um golpe de Estado. O PT lutou por isso. E agora vem com essa conversa fiada: ‘Não à anistia’. Isso mostra o caráter deles”, criticou Malafaia.
Quarto Ato Bolsonarista do Ano e Protagonismo de Tarcísio de Freitas
Este evento foi o quarto ato bolsonarista do ano na Avenida Paulista e o segundo sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em junho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também não esteve presente, e sua ausência foi criticada por apoiadores. Agora, com a promessa de um indulto caso se torne presidente, Tarcísio assume um papel de destaque, além de estar articulando a anistia aos envolvidos nos atos de janeiro, que está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Tarcísio, a manifestação contou com a presença de figuras relevantes, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O governador paulista se encarregou de convidar outros governadores alinhados à direita, como Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. No entanto, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), não comparecerá ao evento.
A ausência de Jair Bolsonaro, em junho, foi provocada por restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que resultaram em prisão domiciliar para o ex-presidente. Enquanto isso, Tarcísio enfrentou uma situação médica, onde se recuperava em um hospital. A crítica à sua ausência veio de membros do que é conhecido como “núcleo duro” bolsonarista, incluindo Malafaia.
Recentemente, Tarcísio tem se mostrado mais ativo na articulação em favor da anistia para Bolsonaro e se reuniu com deputados e líderes partidários em Brasília para mobilizar apoio ao projeto de lei desejado. O governador tem trabalhado para reduzir as tensões com o bolsonarismo, recebendo até apoio público de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que por sua vez havia criticado Tarcísio em ocasiões anteriores.