Malafaia Defende Bolsonaro em Meio a Críticas ao STF

Com Jair Bolsonaro (PL) sob prisão domiciliar, o pastor Silas Malafaia, um dos mais fervorosos aliados do ex-presidente, afirmou que qualquer candidato que busque herdar o legado político de Bolsonaro precisará da bênção dele, mesmo estando preso. Em uma entrevista concedida ao Metrópoles, Malafaia expressou sua desaprovação em relação a três dos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliam o caso do ex-presidente, especificamente atacando o relator, o ministro Alexandre de Moraes.

Malafaia não hesitou em criticar a direita brasileira, acusando-a de fraqueza e de estar “vendida por cargos”. Para ele, a situação do julgamento de Bolsonaro poderia ser diferente se houvesse uma “direita legítima” no Brasil. Recentemente, o celular do pastor foi apreendido pela Polícia Federal durante uma investigação ligada a Moraes, que apura possíveis obstruções de Justiça envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Neste domingo, apoiadores de Bolsonaro planejam uma manifestação na Avenida Paulista, um evento que já se tornou tradição sob a organização de Malafaia. O ato, que será o quarto deste ano, contará com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de líderes bolsonaristas no Congresso e, ao menos, três governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo) e Jorginho Mello (PL), todos se unindo em defesa do ex-presidente.

O Julgamento de Bolsonaro e as Críticas ao STF

Durante a entrevista, Malafaia foi questionado sobre se os discursos contundentes contra o ministro Alexandre de Moraes poderiam prejudicar Jair Bolsonaro e seus aliados no Supremo. Ele respondeu: “O Estado Democrático de Direito dá a você o direito de falar o que você quer, por mais esdrúxula que seja a sua opinião e que eu não concorde. Então, essa conversa que nós fomos duros? Não. Quem foi duro foi ele”. O pastor criticou Moraes, afirmando que ele tem rasgado a Constituição em nome de uma suposta perseguição política.

Em relação à Primeira Turma do STF, Malafaia expressou desconfiança em relação a três de seus cinco ministros, citando o advogado de Lula, Cristiano Zanin, e o ministro Flávio Dino, a quem chamou de “comunista”. Ele acredita que o julgamento que analisa a tentativa de golpe já está decidido, chamando-o de “teatro”.

Reflexão Sobre a Direita e Oportunismo Político

Um inquérito do STF revelou mensagens em que Malafaia questiona o governador Tarcísio, tendo expressado descontentamento com sua ausência em um ato anterior. No entanto, ele disse que não é “cabo eleitoral de ninguém”, enfatizando que critica e elogia tanto Bolsonaro quanto outros líderes, incluindo Tarcísio. “Estou vendo agora o empenho dele. Ele é um cara de bastidor, não é um cara de guerra”, destacou o pastor, referindo-se ao governador.

Sobre a chamada “direita vagabunda”, Malafaia alertou que são aqueles que se vendem para o governo em troca de cargos, sugerindo que uma direita genuína poderia ter evitado a atual situação do STF. Ele afirmou que, caso houvesse uma direita verdadeira capaz de zelar pela Constituição, a situação política do Brasil seria outra.

A Influência de Bolsonaro e a Manifestações Futuros

Malafaia ainda afirmou categoricamente que a liderança de Bolsonaro na direita é indiscutível: “Nenhum cara vai a lugar nenhum se não for ungido por ele, mesmo dentro da cadeia”. Ele acredita que, se Bolsonaro estiver na prisão, ele ainda terá o poder de direcionar sucessores. “Vai depender de Bolsonaro“, concluiu.

A manifestação na Avenida Paulista, segundo Malafaia, não tem a intenção de provocar sanções dos Estados Unidos a Alexandre de Moraes, mas sim é um recado ao Congresso Nacional e ao Senado. Ele vê a presença de um grande número de apoiadores como um termômetro da situação política atual, especialmente em um contexto onde há divergências em relação à anistia. O pastor reafirmou seu compromisso com o Brasil, desmentindo rumores de sua saída do país por causa das investigações: “Nunca, jamais vou sair da minha nação”, afirmou com firmeza.

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