A Mobilização de Militares nas Comunidades Venezuelanas
Nesta quinta-feira (18), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que enviará tropas militares para as comunidades, com o objetivo de treinar a população no uso de armamentos. Essa medida surge em meio a um aumento da tensão com os Estados Unidos, que, recentemente, enviaram navios de guerra para o Caribe.
Em um evento oficial transmitido pela VTV, Maduro, que acusou a administração americana de planejar uma invasão ao seu país, convocou voluntários da Milícia, uma força armada composta por civis, para realizar treinamentos nos quartéis. “No próximo sábado, 20 de setembro, os quartéis da Força Armada Bolivariana irão até o povo. Serão oferecidos ensinamentos sobre o manuseio de armas para todos os que se alistaram, tanto homens quanto mulheres”, afirmou o presidente.
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Essa ação representa a primeira vez que tropas e armamentos das Forças Armadas se deslocarão diretamente às comunidades, um passo significativo na política militar de Maduro. Na quarta-feira, a Força Armada Nacional já havia iniciado um importante treinamento militar na ilha de La Orchila, localizada a aproximadamente 65 quilômetros do continente, com um cronograma de três dias de exercícios.
Reações às Acusações e Recompensas dos EUA
Essa mobilização é, de fato, a mais intensa desde que os EUA enviaram uma frota naval para a região, com a justificativa de combater o narcotráfico. Desde o começo de setembro, o governo americano afirma ter destruído três embarcações supostamente envolvidas em tráfico de drogas, resultando na morte de 14 pessoas, segundo informações do presidente Donald Trump.
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A administração Trump também acusou Maduro de ter laços com o narcotráfico e anunciou uma recompensa de 50 milhões de dólares (aproximadamente R$ 265 milhões) por informações que levem à sua captura. O líder venezuelano, que não é reconhecido como presidente pelos EUA e pela maioria dos governos das Américas e da União Europeia, respondeu à pressão externa dizendo: “Nós não nos metemos com ninguém, mas nos preparamos caso seja necessário” durante a realização dos exercícios militares.
Os Objetivos por Trás da Mobilização Militar
Além de treinar a população, Maduro criticou o que classificou de “plano imperial” dos Estados Unidos, que visa uma mudança de regime na Venezuela e a instalação de um governo subordinado a interesses externos. “Eles vêm para roubar nosso petróleo, que possui a maior reserva do mundo, e nosso gás, que ocupa a quarta posição mundial. Mas isso não vai acontecer”, declarou firme o presidente.
A tensão entre as duas nações tem se intensificado nos últimos tempos, especialmente com a presença crescente de forças militares dos EUA na região caribenha. O envio de caças F-35 para Porto Rico, como parte do apoio à frota naval que inclui sete embarcações e um submarino nuclear, alimenta ainda mais a inquietação em Caracas.
Com essas movimentações, Maduro busca não apenas reforçar a segurança interna, mas também mostrar um poderio militar que desafia as ameaças percebidas do governo americano. Em um cenário de crescente instabilidade política e militar, a situação na Venezuela continua a demandar atenção internacional.