Kananaskis, canadá — Durante sua participação na cúpula do G7, realizada no canadá nesta terça-feira (17/6), o presidente Luiz Inácio lula da Silva destacou a crescente preocupação com o que ele descreveu como um “vácuo de liderança” que está intensificando os conflitos e as guerras em diversas regiões do planeta. Em seu discurso, lula abordou temas críticos, incluindo a guerra entre israel e Irã, que ele caracterizou como “ataques de israel ao Irã”, enfatizando que esta situação pode resultar em “consequências globais inestimáveis”.

O líder brasileiro afirmou que “os recentes ataques de israel ao Irã podem transformar o Oriente Médio em um imenso campo de batalha, cujas repercussões afetarão o mundo inteiro”. Essa declaração ressalta a importância de uma liderança global eficaz para mitigar os impactos de conflitos armados.

Além do conflito no Oriente Médio, lula também mencionou a guerra entre a rússia e a ucrânia, os ataques israelenses na Faixa de Gaza e a instabilidade no Haiti, onde, segundo ele, o crime organizado tem perpetuado um cenário de caos e atrocidades. O presidente brasileiro reconheceu a complexidade da tarefa de enfrentar essas ameaças, afirmando: “Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças. Contudo, é evidente que a falta de liderança exacerba essa situação alarmante”.

lula destacou a presença de líderes de três países que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU na mesa do G7, enfatizando a necessidade de “devolver o protagonismo à Organização das Nações Unidas”. Ele reiterou sua convocação ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que ele lidere uma coalizão de nações comprometidas com a paz, com o objetivo de restaurar à ONU sua função de ser a “casa do diálogo” entre os povos.

O presidente brasileiro também fez críticas contundentes aos altos gastos militares globais, que, segundo ele, equivalem ao Produto Interno Bruto (PIB) da Itália anualmente, totalizando aproximadamente US$ 1,7 trilhões. lula argumentou que esses recursos poderiam ser melhor aplicados em iniciativas voltadas para o combate à fome e em uma transição justa em diferentes países.

Em uma mensagem que pode ser interpretada como uma crítica indireta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lula ressaltou que as parcerias entre nações devem ser fundamentadas em benefícios mútuos, em vez de se basearem em disputas geopolíticas. “Se a rivalidade se sobrepuser à cooperação, a segurança energética ficará comprometida. Não haverá segurança em um mundo em conflito”, enfatizou.

Referente à guerra na ucrânia, lula reiterou sua crença de que nenhuma das partes conseguirá alcançar seus objetivos por meio da força militar. Ele declarou: “Somente o diálogo entre as partes pode levar a um cessar-fogo e abrir caminho para uma paz duradoura”. Essa afirmação sublinha a importância do diálogo como um meio essencial para a resolução pacífica de conflitos.

Em relação à situação na Faixa de Gaza, o presidente brasileiro expressou uma condenação veemente à “matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças” e ao uso da fome como uma arma de guerra. lula criticou a resistência de alguns países em reconhecer o Estado palestino, o que, segundo ele, evidencia uma seletividade preocupante na defesa dos direitos humanos e da justiça.

Assim, a mensagem de lula na cúpula do G7 não apenas abordou questões de segurança global e os desafios enfrentados por diversas nações, mas também destacou a necessidade urgente de uma liderança global forte e comprometida com a paz e a justiça social. O apelo por uma ação coletiva e responsável ressoa como um chamado à comunidade internacional para que trabalhe unida na busca por soluções eficazes para os conflitos contemporâneos.

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