O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (4), que discutiu com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, os esforços para concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, argumentando que o bloco europeu precisa definir se deseja um acordo equilibrado.
Ao lado de Scholz em entrevista coletiva em Berlim, Lula disse que vai trabalhar pelo acordo enquanto puder, dizendo que não fechar a parceria depois de 23 anos de negociação seria irracional.
“Eu não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o não de todos”, disse Lula.
Scholz, por sua vez, afirmou que tanto a Alemanha como Brasil querem que o acordo entre os dois blocos seja concluído.
No sábado, o presidente francês Emmanuel Macron classificou o acordo Mercosul-União Europeia como “antiquado” e afirmou que o modelo é incoerente com a política ambiental brasileira. Lula, por sua vez, atribuiu a posição do presidente francês a uma postura protecionista e disse que teve uma reunião bilateral no sábado para tentar “mexer com o coração” de Macron.
“Foi o Macron. Foi o Sarkozy. Foram todos os presidentes franceses: Chirac, o companheiro do partido socialista, François Hollande. Nenhum deles se dispõem a fazer acordo com o Mercosul porque eles têm problemas políticos com os produtores [rurais] franceses”, pontuou Lula nesta segunda durante discurso em Berlim.
Macron visitará o Brasil no dia 27 de março de 2024. O Brasil tinha expectativa de conseguir celebrar o acordo até a reunião do Mercosul, que ocorre nesta semana no Rio de Janeiro. Nos últimos meses, Lula tem defendido que as nações desenvolvidas busquem equilíbrio na relação com as nações emergentes e parem de tentar obter vantagens sob quaisquer circunstâncias.
(Com Agências)