A Rejeição Crescente entre evangélicos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu encerrar suas tentativas de conquistar o apoio dos evangélicos, um dos grupos mais influentes na política do Brasil. De acordo com informações de seus aliados, o aumento da rejeição entre esse segmento tornou inviáveis quaisquer esforços de aproximação. Dados do DataFolha revelam que a avaliação negativa do presidente entre os evangélicos saltou de 50% para 55% entre os meses de junho e julho. Essa tendência reforça a percepção no núcleo político do Planalto de que não há espaço para reverter essa situação.
A Influência do Segmento Religioso
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Tradicionalmente alinhado ao bolsonarismo e a pautas conservadoras, o segmento evangélico já havia sido alvo de investidas por parte do governo. Há cerca de um ano e meio, o então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao lado da senadora Eliziane Gama (PSD), tentaram incluir o pastor Ronaldo Fonseca, ex-ministro no governo Temer e influente na Assembleia de Deus, na coordenação nacional de diálogo com os evangélicos. Contudo, essa tentativa não obteve êxito.
Aliados próximos ao presidente afirmam que, aos 79 anos, Lula demonstra menos disposição para articulações políticas intensas, especialmente em grupos que historicamente enfrentam resistência ao PT, contrastando com sua postura mais ativa em mandatos anteriores.
Ministro da AGU como Principal Ligação
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Atualmente, a principal ponte do governo com o segmento evangélico é o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Respeitado por algumas denominações, seu papel tem sido considerado insuficiente para melhorar a imagem do presidente junto aos evangélicos. Uma mudança clara de estratégia é evidente na ausência de referências religiosas nos discursos mais recentes de Lula. “Lula cansou”, resumiu um aliado.
A Reação de Silas Malafaia
Em meio a essa situação, o pastor Silas Malafaia utilizou suas redes sociais para criticar a tentativa do PT de aproximar Lula do público evangélico. Em uma publicação feita no dia 21 de junho, ele declarou: “Ministra Gleisi quer aproximar Lula dos evangélicos. Sabe quando isso vai acontecer? Nunca!”. Malafaia também argumentou que “a ideologia da esquerda é diametralmente oposta aos valores evangélicos”, citando uma declaração de Lula sobre a fé cristã.
Além disso, o pastor lembrou que Lula, ao falar sobre o Foro de São Paulo, declarou que eles combatem historicamente costumes, família e pátria, questões que são defendidas pelos evangélicos. “Fora outras questões que eu deixo para falar no período das eleições”, acrescentou.
Malafaia finalizou sua publicação criticando líderes religiosos que se alinham ao governo, afirmando que “o máximo que vocês [petistas] conseguem é meia dúzia de pastores esquerdopatas sem nenhuma expressão no mundo evangélico. Só kkkkk”, concluiu. Essa troca de farpas evidencia o distanciamento entre Lula e um dos grupos que poderiam potencialmente influenciar seu governo, reforçando a complexidade do cenário político atual.