Entrevista Reveladora à CNN
Em uma entrevista exclusiva à CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou sua opinião de que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, não possui legitimidade para se autodenominar como ‘imperador do mundo’. A declaração foi feita em um momento delicado, onde a administração americana ameaça impor Tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A conversa foi conduzida pela âncora Christiane Amanpour e será transmitida na tarde desta quinta-feira (17).
Na última terça-feira (15), Trump foi questionado sobre a razão para a imposição dessa tarifa exorbitante ao Brasil. Sua resposta foi direta: “Porque eu sou capaz de fazer isso. Ninguém mais seria capaz”, declarou durante um evento na Casa Branca. Ao ser indagado se havia uma justificativa de segurança nacional para tal decisão, o mandatário respondeu que as Tarifas existem porque os EUA desejam que o dinheiro entre no país. Além disso, Trump enfatizou que essa é uma estratégia para incentivar países e empresas a ‘construir e fabricar produtos nos EUA’, o que, segundo ele, gera empregos.
Busca por Negociação e Resposta Brasileira
O analista Caio Junqueira, da CNN, informou que o governo de Lula está em busca de um interlocutor estratégico para abordar as negociações com os Estados Unidos, almejando que Trump reconsidere essa medida. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que está à frente das discussões no Brasil, destacou em encontros com empresários que a tarifa representa um dos principais desafios para a resolução da questão.
Recentemente, Alckmin enviou uma carta ao governo americano informando a ‘indignação’ do Brasil em relação ao aumento das Tarifas. No documento, revelado pela jornalista Tainá Falcão, o governo brasileiro advertiu que a ação terá consequências econômicas significativas para ambas as nações.
Impactos da Tarifa e Resposta Legislativa
As autoridades brasileiras sublinharam que, desde o primeiro anúncio das Tarifas por Trump — que inicialmente afetou o Brasil com uma alíquota de 10% —, o Executivo tem se esforçado para manter canais de diálogo com Washington. Para aprofundar sua estratégia, Lula assinou recentemente um decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica.
Essa nova legislação permite que o governo brasileiro suspenda “concessões comerciais, investimentos e obrigações relacionadas a direitos de propriedade intelectual” em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que prejudicam a competitividade do Brasil no cenário internacional. A Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional em abril, estabelece critérios que garantem que o país possa oferecer o mesmo tratamento que recebe, seja em questões comerciais, concessões de vistos, além de relações econômicas e diplomáticas.
Com isso, o Brasil se prepara para reagir a externalidades que possam afetar sua competitividade, demonstrando que está pronto para defender seus interesses no comércio internacional.