Na celebração dos 25 anos do Ministério da Defesa, realizada no Clube do Exército em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu um discurso ao lado do ministro da Defesa, José Múcio. O evento contou com a presença de vários oficiais das Forças Armadas, refletindo a importância da data e do papel das instituições militares no Brasil.
A atuação de Múcio, um civil que assumiu a pasta no início do governo Lula, foi decisiva em um período conturbado, quando acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro estavam montados em frente a quartéis do Exército, reivindicando que Lula, eleito em 2022, não assumisse a presidência. Essa situação tensa indicava um clima de incerteza e polarização no país.
Logo na primeira semana de sua gestão, em janeiro de 2023, o Brasil enfrentou episódios de violência com os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes. As investigações subsequentes revelaram que alguns militares estariam envolvidos nesses atos, o que exigiu uma resposta rápida e eficaz do novo governo. Um dos principais objetivos de Múcio foi restabelecer a harmonia entre o governo e as Forças Armadas, buscando eliminar quaisquer tensões que pudessem comprometer a estabilidade do país.
Durante seu discurso, Lula elogiou Múcio, dizendo que a história brasileira pode consagrar sua passagem pelo Ministério da Defesa como uma das mais contundentes. “Haverá um dia que a história brasileira haverá de consagrar a tua passagem pelo ministério da Defesa como possivelmente o mais hábil de todos os ministros da Defesa que esse país já teve”, expressou o presidente, enfatizando a importância das Forças Armadas na preservação da ordem e da soberania nacional, longe de ideologias políticas ou interesses pessoais.
Além disso, Lula destacou que a celebração do ministério representa um reconhecimento da verdadeira missão das Forças Armadas: “Celebramos hoje a verdadeira missão das Forças Armadas, que é de servir a nação brasileira, garantir a ordem, não em nome de uma ideologia ou a serviço de pretensões políticas individuais, mas em nome, acima de tudo, da soberania de um país e da proteção do povo brasileiro”.
Em uma evolução recente, na terça-feira (27), o Exército Brasileiro abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar quatro militares por sua possível participação na elaboração de uma carta dirigida ao então comandante do Exército, general Freire Gomes. Essa carta, de acordo com investigações da Polícia Federal, teria sido utilizada como um instrumento de pressão para incitar o general a apoiar um golpe de Estado em 2022. Este contexto ressalta a necessidade de uma análise cuidadosa sobre o papel das Forças Armadas e suas interações com a política brasileira.
Ao ser questionado sobre o inquérito, José Múcio ressaltou que, na gestão anterior, houve tentativas por parte de militares de alta patente de desestabilizar a hierarquia do Exército, o que foi prontamente evitado pelo comando da força militar. Ele afirmou: “Foram militares de alta patente que resolveram estimular, vamos dizer assim, o fracionamento do bom equilíbrio do Exército, desestimular o trabalho do general”. Múcio enfatizou que a iniciativa de abrir um inquérito foi fundamental para identificar e punir os responsáveis, reafirmando que, para as Forças Armadas manterem sua força e integridade, é crucial que não operem sob a sombra da suspeição.
Assim, tanto o discurso de Lula quanto as iniciativas de Múcio colocam em evidência o compromisso do atual governo com a estabilidade institucional e a importância de um diálogo aberto e construtivo entre os poderes Executivo e Militar. A defesa da democracia e do respeito às instituições, sem dúvida, são pilares essenciais para a construção de um Brasil mais coeso e pacífico. A atuação proativa das Forças Armadas no cenário contemporâneo é necessária para garantir a ordem e a soberania, refletindo um compromisso inabalável em servir o povo brasileiro.