O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) ofereceu uma entrevista ao Metrópoles, abordando tópicos de relevância crucial relacionados ao enfrentamento das mudanças climáticas e à legislação ambiental no brasil. Durante a conversa, Tatto enfatizou a importância do Congresso Nacional na discussão e na votação de propostas que visam garantir um futuro ambientalmente estável. De acordo com ele, é essencial que o poder legislativo atue efetivamente para combater os incêndios florestais, que têm se tornados uma preocupação crescente em várias regiões do país, e que causam danos significativos à biodiversidade e à saúde pública.
Tatto iniciou a entrevista ressaltando a gravidade da crise climática que o planeta enfrenta, caracterizada por eventos extremos, como secas severas e enchentes. O deputado destacou que o brasil vivenciou períodos sem precedentes de seca e que a situação climática está se agravando, evidenciada pelos incêndios que afetam 60% do território nacional, abrangendo diversos biomas, como a Amazônia e o Cerrado. Além disso, ele mencionou que muitos desses incêndios têm origem em áreas privadas e precisam de uma investigação detalhada para entender melhor suas causas e evitar que continuem ocorrendo.
O deputado também destacou a importância da coordenação entre Executivo, Judiciário e Legislativo para enfrentar essa crise com ações imediatas e legislação adequada. Ele mencionou uma reunião convocada pelo presidente lula, que reunirá representantes dos Três Poderes, visando discutir estratégias de combate a incêndios e suas repercussões, incluindo a saúde da população e o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
Quando questionado sobre o papel da câmara dos deputados e do Senado, Tatto fez um apelo para que a legislação atual seja revista, alertando sobre projetos que podem reverter avanços ambientais. Ele enfatizou a necessidade de barrar iniciativas que possam comprometer a vegetação nativa e a função do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) no combate aos crimes ambientais. O deputado declarou que a Câmara deve também assumir uma postura firme contra projetos de lei que visem anistiar desmatadores ou que inviabilizem a criação de unidades de conservação, fundamentais para a proteção da biodiversidade.
Além disso, o deputado mostrou-se otimista em relação à criação da Autoridade Climática, anunciada por lula, que terá como objetivo articular políticas públicas necessárias para o combate às mudanças climáticas. Ele acredita que este é um momento oportuno para fortalecer essa estrutura, que deverá coordenar ações entre diferentes setores do governo e promover a mudança na forma como o brasil enfrenta a crise climática. A inclusão de uma instância responsável por estas ações é vista como crucial, especialmente diante da crescente ocorrência de eventos climáticos extremos.
Tatto também abordou a questão da responsabilidade na gestão de propriedades rurais. Ele argumentou que é fundamental que proprietários de terras sejam responsabilizados por práticas que possam contribuir para incêndios e degradação ambiental. O deputado acredita que a legislação deve ser rigorosa e que é essencial definir claramente as penalidades para aqueles que não cumprirem as normas ambientais, ressaltando que tudo isso está vinculado a um compromisso global de reduzir as emissões e a degradação ambiental.
A entrevista seguiu analisando a postura do Congresso e a viabilidade de legislações que aumentem penas para crimes ambientais, especialmente aqueles relacionados à colocação de fogo em áreas de vegetação. Tatto manifestou esperança de que, neste ambiente de crise, os parlamentares demonstrem uma maior sensibilidade e compromisso com questões ambientais, evidenciando a necessidade de uma legislação mais forte e eficaz.
Por fim, o deputado concluiu destacando a importância da conscientização e do comprometimento de todos os setores da sociedade, do governo e do setor produtivo. Ele reiterou que, se o brasil não mudar sua abordagem em relação à gestão ambiental, o país corre o risco de perder mercados internacionais, scorando sua reputação como fornecedor de alimentos. Portanto, é imprescindível avançar em uma agenda que não apenas proteja o meio ambiente, mas também busque alternativas sustentáveis para o desenvolvimento econômico e a mitigação das mudanças climáticas, criando um futuro mais equilibrado e respeitoso com a natureza.