Uma Revolução no Diagnóstico de Doenças Raras
Em Goiânia, o estudante de medicina Arthur Cabral, de apenas 20 anos, criou uma plataforma de inteligência artificial que promete revolucionar o mapeamento genético, surgindo a partir de uma experiência pessoal impactante. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Arthur enfrentou um erro médico que afetou sua família. Sua invenção, chamada Moira, é capaz de identificar e interpretar genes com precisão, agilidade e a um custo acessível, eliminando a necessidade de especialistas ou equipamentos de laboratório para análises.
De acordo com a apresentação do projeto, a ferramenta possibilita que médicos realizem testes genéticos que auxiliam em diagnósticos, especialmente em casos de doenças hereditárias, como síndromes raras, cânceres, Alzheimer e anemia falciforme. O impacto dessa tecnologia, porém, não se restringe ao campo da medicina. Na agropecuária, Moira pode auxiliar no planejamento genético de animais e plantas, além de oferecer uma solução rápida para a identificação de genes em qualquer organismo.
Motivação Pessoal e Desenvolvimento da Tecnologia
Arthur compartilhou sua história ao Metrópoles, revelando que a ideia para a plataforma surgiu de um episódio familiar envolvendo sua avó. “Ela apresentou sintomas de perda de memória e foi diagnosticada com Doença de Alzheimer, mas, após a continuidade dos sintomas, um novo médico concluiu que se tratava de demência, não relacionada à doença. Esse erro poderia ter sido evitado com um exame genético, que normalmente é caro e demorado”, afirmou.
Com uma autêntica paixão pela genética e programação, Arthur se dedicou aos estudos e desenvolveu a plataforma para democratizar o acesso à saúde e ao planejamento familiar. “Eu quero tornar a análise genética clínica acessível em clínicas regionais, consultórios e até mesmo no Sistema Único de Saúde. Isso pode facilitar diagnósticos precoces e tratamentos preventivos”, afirmou o estudante.
Expectativas e Futuro da Moira
Allyson Cabral, pai de Arthur e advogado, acredita que a Moira pode transformar a pesquisa genética no Brasil e globalmente, alcançando populações vulneráveis e áreas com acesso limitado a serviços médicos e digitais. Embora a IA ainda não esteja disponível em laboratórios e hospitais, há a expectativa de que comece a operar em 2026. “Estamos finalizando os últimos ajustes. A Moira já consegue identificar genes patogênicos, mas precisamos de alguns aprimoramentos antes do lançamento oficial”, explicou Allyson.
Inteligência e Superação
Arthur, que foi diagnosticado com TEA, sempre demonstrou um nível elevado de inteligência em áreas complexas. “Desde pequeno, ele se destacou pela facilidade de aprendizado e curiosidade. Enquanto tinha dificuldade com tarefas simples, como amarrar sapatos, era fluente em inglês, algo que nunca estudou formalmente”, disse Allyson.
O pai de Arthur comentou sobre os desafios enfrentados pelo jovem ao longo de sua vida escolar, onde frequentemente foi mal compreendido. “Houve dificuldades tanto para ele quanto para a família em entender suas reações emocionais e comportamentais. No entanto, após tantas dificuldades, ele agora está ciente do seu diagnóstico e se dedica a ajudar outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes,” concluiu.