Recurso no Plenário da Câmara
André Janones, do Avante de Minas Gerais, decidiu recorrer ao plenário da Câmara dos Deputados após a suspensão de seu mandato por 90 dias imposta pelo Conselho de Ética. A pena foi resultado de ofensas proferidas pelo deputado durante um pronunciamento de Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, em 9 de julho.
Conforme divulgado anteriormente, Janones também havia registrado uma denúncia à Corregedoria da Câmara, além de ter levado o caso à Polícia Civil do Distrito Federal. Ele acusa os deputados de oposição, Evandro Gonçalves da Silva Junior (Sargento Gonçalves, PL/RN) e Giovani Cherini (PL-RS), de agressão e importunação sexual durante a mesma sessão conturbada.
Após a reunião do Conselho de Ética, Janones expressou sua indignação, afirmando: “Fui suspenso por três meses do mandato por ser agredido fisicamente na Câmara. O Conselho de Ética justifica minha suspensão alegando que ofendi o deputado Nikolas Ferreira, mas não mencionam qual foi a ofensa. Estou sendo punido por tentar calar a esquerda e o governo, além de me posicionar contra Donald Trump e suas políticas.”
O deputado está determinado a levar sua luta adiante: “Vamos recorrer ao plenário da Câmara dos Deputados para reverter essa decisão. Não posso acreditar que a Câmara irá aceitar minha suspensão. Eu sigo firme em minha posição contra a extrema-direita e não me arrependo de defender meus princípios. Acredito que, com o voto de todos os 513 deputados, conseguiremos derrubar essa decisão injusta”, afirmou.
No centro da polêmica, gravações feitas pelo próprio Janones e outros parlamentares mostram o momento em que ele foi cercado por deputados de oposição. Enquanto tentava gravar um vídeo durante o pronunciamento de Nikolas Ferreira, que defendia sanções de Trump ao Brasil, a tensão aumentou. “Ele está defendendo o canalha que quer taxar os brasileiros”, disparou Janones, provocando a reação adversária, que gritou “Não à rachadinha”, em alusão às acusações contra ele. Nesse cenário confuso, Sargento Gonçalves se aproximou e desferiu um chute por trás do joelho de Janones.
Em sua descrição dos eventos, o deputado do Avante relatou que tentava se afastar do tumulto quando foi cercado por aproximadamente 20 adversários, destacando que tanto Sargento Gonçalves quanto Cherini o agrediram fisicamente, aplicando socos e chutes.
Janones também afirmou ter sido empurrado e tocado de maneira inadequada, além de ser alvo de xingamentos pesados, como “bandido”, “ladrão” e “vagabundo”.