israel intensificou seus bombardeios no sul do líbano nesta sexta-feira, 27 de setembro, desconsiderando os apelos de aliados ocidentais por um cessar-fogo imediato. Esta operação aérea ocorre em meio a uma forte expectativa em relação ao discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, que está sendo realizada em nova york. O contexto é alarmante, pois os ataques aéreos se desenrolam pelo quinto dia consecutivo, com o exército israelense afirmando ter como alvo as posições do grupo armado libanês hezbollah.
Nos ataques anteriores, particularmente os que aconteceram na quinta-feira, 26 de setembro, o saldo foi devastador: 92 pessoas perderam a vida e 153 ficaram feridas no líbano. As missões de bombardeio também atingiram áreas da capital libanesa, Beirute, incluindo a fatalidade do chefe da unidade de drones do hezbollah, Mohammed Srour, que foi morto em uma das ofensivas. Entre as vítimas, constam dois cidadãos brasileiros: Ali Kamal Abdallah, de apenas 15 anos, e seu pai, que tinha cidadania paraguaia. Ambos perderam a vida quando um foguete acertou a cidade de Kelya. Além deles, uma jovem de 16 anos, identificada como Mirna Raef Nasser, também foi confirmada como uma das vítimas fatais.
Em relação à situação dos sírios, a agência de notícias oficial do país, Sana, informou que cinco militares sírios foram mortos em um ataque israelense na região fronteiriça com o líbano. As autoridades israelenses alegam que diversas infraestruturas nas proximidades da fronteira são utilizadas pelo hezbollah para o transporte de armas da Síria para o líbano. Essa dinâmica tem gerado um clima de bastante tensão, com o exército de israel revelando que conseguiu interceptar drones e projéteis lançados do território libanês. O hezbollah confirmou seus ataques, dizendo que disparou foguetes em direção ao norte de israel.
Desde o início dos bombardeios israelenses, na segunda-feira, 23 de setembro, o líbano tem sofrido severas consequências. O número de mortos já ultrapassa 700, com centenas de feridos registrando-se a cada nova ofensiva. Além disso, segundo os dados da ONU, mais de 90 mil pessoas foram forçadas a abandonar suas residências no líbano, incluindo mais de 31 mil que conseguiram escapar para a Síria em busca de segurança. A crise humanitária está se agravando rapidamente, e a pressão internacional para um cessar-fogo se intensifica.
Diante dessa escalada militar que ameaça a estabilidade da região do oriente médio, os Estados Unidos e a França, em coordenação com vários outros países ocidentais e árabes, têm pedido um cessar-fogo de 21 dias. Apesar das pressões externas, netanyahu manteve sua posição inflexível, afirmando que as operações contra o hezbollah continuarão com “toda a força necessária”. O ministro das Relações Exteriores de israel, israel Katz, reiterou que a ofensiva se manterá até que se alcance “a vitória”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua preocupação e afirmou que será um “erro” a recusa de israel em aceitar a proposta de cessar-fogo, sugerindo que netanyahu poderia ser responsabilizado pela escalada da violência na região. No mesmo sentido, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, encontrou-se com o ministro israelense das Questões Estratégicas e ressaltou que a continuidade dos ataques dificulta o retorno seguro dos cidadãos israelenses e libaneses a suas casas.
O discurso de netanyahu na Assembleia Geral da ONU, que começou no dia 24 de setembro, é aguardado com grande expectativa, mas analistas acreditam que o primeiro-ministro não trará surpresas. Desde sua chegada aos Estados Unidos, ele descartou a possibilidade de interromper os bombardeios enquanto não atingir os objetivos definidos pelas autoridades israelenses. A situação continua a se desenrolar em meio a crescente ansiedade global, à medida que a comunidade internacional busca soluções para a crise que se agrava no líbano e suas implicações, não apenas para o país, mas para toda a região.