Conflitos em Sweida e Resposta de Israel
As Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram novos ataques na Síria, em um cenário de escalada de violência que resultou na morte de mais de 200 pessoas em apenas dois dias. A situação tensa na Síria encontrou uma trégua temporária nesta terça-feira, 15 de julho, com a assinatura de um acordo de cessar-fogo.
A crescente violência teve início no último dia 11 de julho, quando a cidade de Sweida, localizada no sul da Síria, enfrentou uma série de sequestros envolvendo a comunidade drusa e beduínos que habitam a região, predominantemente drusa. Para conter a situação, tropas do governo sírio, sob o comando do ex-jihadista Ahmed al-Sharaa, foram enviadas à área, unindo-se aos beduínos nas hostilidades.
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Em um pronunciamento conjunto com o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a nova ofensiva como uma medida de proteção aos drusos residentes na Síria, que mantêm laços históricos com o Estado israelense. Segundo Netanyahu, os ataques tinham como alvo instalações militares sírias que seriam utilizadas contra os drusos de Sweida. “Estamos determinados a proteger os drusos na Síria em virtude de nosso histórico laço de sangue com eles em Israel e sua conexão familiar com a população drusa síria. Agimos para evitar que o regime sírio cause-lhes danos e para assegurar a desmilitarização da região próxima à nossa fronteira”, defendeu Netanyahu.
O recente conflito, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, envolveu forças do governo sírio em aliança com os beduínos, resultando em 203 mortes até o momento. A maioria das vítimas, segundo a organização, são combatentes associados ao Ministério da Defesa sírio e beduínos.
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Preocupações com os Direitos das Minorias
A ascensão de al-Sharaa ao poder, em dezembro de 2024, levantou preocupações internacionais sobre os direitos das minorias na Síria. Embora al-Sharaa tenha prometido respeitar as diversidades do país e evitar retaliações contra antigos aliados do regime de Bashar al-Assad, episódios de violência continuam a emergir desde sua nomeação.
Esse cenário não é novo; em março deste ano, a Síria já havia enfrentado uma onda significativa de violência, com mais de 1.400 pessoas mortas em confrontos que se espalharam por áreas como Latakia, Tartus, Hama e Homs. A preocupação com a estabilidade e os direitos das comunidades minoritárias no país persiste, intensificando a vigilância internacional sobre o que pode ser uma escalada ainda mais séria nas tensões regionais.
À medida que a situação se desenvolve, as comunidades drusas e o governo israelense continuam a interagir em um contexto de conflito, onde a segurança e os direitos humanos estão em jogo. Como o governo sírio reage a esses ataques e a dinâmica entre os drusos e beduínos se modifica, a região observa atentamente os desdobramentos, na esperança de que um acordo duradouro e pacífico seja alcançado.