Iraci Nagoshi: A Transferência e Seus Desafios
Iraci Megumi Nagoshi, uma idosa de 73 anos, foi condenada a 14 anos de prisão por sua participação em atos de vandalismo no Palácio do Planalto em 8 de janeiro. Ela foi transferida para a Penitenciária Feminina de Sant’Anna, localizada na zona norte de São Paulo, após violar as condições de sua prisão domiciliar em 949 ocasiões. A informação sobre a transferência foi confirmada na última sexta-feira (1° de agosto) pela defesa de Iraci e pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
A mudança de Iraci ocorreu em 29 de julho, conforme anunciado agora. A decisão de transformar sua prisão domiciliar em preventiva foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no dia 16 de julho. A idosa não respeitou as regras estabelecidas, desobedecendo, por exemplo, as limitações de área, além de apresentar problemas como falta de sinal GPS e bateria descarregada no dispositivo de monitoramento.
Defesa Levanta Questões Sobre a Saúde da Detida
Em declaração ao portal Metrópoles, os advogados de Iraci, liderados por Jaysson França, apresentaram preocupações sobre a saúde da idosa. A defesa enfatiza que ela está enfrentando um estado de saúde delicado e que a situação carcerária em que se encontra compromete não apenas sua dignidade, mas também sua vida. De acordo com a nota, Iraci está dividindo a cela com mais cinco mulheres e se vê obrigada a dormir no chão, em condições de higiene bastante precárias.
Os advogados informaram que ela estava em recuperação de uma cirurgia no fêmur e, recentemente, sofreu um deslocamento no cotovelo, o que reduziu consideravelmente sua mobilidade, acarretando dores intensas. Esse acidente doméstico ocorreu em 10 de julho. Além disso, a defesa reporta que a idosa apresenta um quadro grave de gripe e não tem conseguido acesso a tratamento médico ou medicamentos adequados. A situação é alarmante, pois, segundo a defesa, a superlotação, a falta de higiene e a ausência de cuidados de saúde básico tornam o risco de evolução do quadro para uma infecção generalizada ou pneumonia extremamente elevado, com possibilidades fatais.
Silêncio da Secretaria e do STF
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A defesa criticou a falta de medidas por parte da SAP e do ministro Alexandre de Moraes, destacando que Iraci deveria ter recebido cuidados médicos após o acidente, agendados para 24 de julho. O Metrópoles tentou entrar em contato com a SAP para obter um posicionamento sobre as alegações, mas até o momento não recebeu retorno.
A situação de Iraci Nagoshi levanta questões sobre as condições de encarceramento e a vulnerabilidade dos idosos na prisão, algo que deve ser refletido pelas autoridades. A espera por uma solução adequada para o caso se intensifica, enquanto sua defesa continua a lutar por melhores condições de vida para a idosa.