Uma semana após o início dos ataques aéreos contra o Irã, as Forças Armadas de israel relataram a execução de novas operações, visando dezenas de alvos militares na região. Esses bombardeios noturnos incluíram locais estratégicos, como instalações de produção de mísseis e centros de pesquisa ligados ao desenvolvimento de armamentos nucleares em teerã. A escalada do conflito gerou uma resposta contundente do Irã, que lançou uma nova ofensiva, disparando mísseis que atingiram áreas residenciais, prédios comerciais e indústrias em Be’er Sheva, no sul de israel.

A situação se agrava a cada dia, e a casa branca indicou que o presidente dos Estados Unidos, Donald trump, deve tomar uma decisão sobre o possível envolvimento americano no conflito nas próximas semanas. A administração americana está avaliando a viabilidade de reabertura das negociações com o Irã, enquanto a europa tenta persuadir teerã a retomar o diálogo sobre seu programa nuclear. No entanto, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que não há condições para discutir o futuro do programa nuclear iraniano enquanto o país estiver sob ataque israelense.

A expectativa de um retorno à diplomacia é baixa, segundo fontes diplomáticas, que indicam que Araqchi se reunirá com representantes da França, Reino Unido, Alemanha e da chefia de política externa da união europeia em Genebra. As conversações visam encontrar um caminho para a retomada das negociações nucleares, que foram interrompidas após a intensificação dos conflitos. O Irã defende que seu programa nuclear tem fins pacíficos, enquanto israel acusa o país de estar à beira de desenvolver armas nucleares.

Os ataques aéreos israelenses resultaram na morte de 639 pessoas no Irã, conforme informações da Human Rights Activists News Agency, uma organização que monitora a situação dos direitos humanos no país. Entre os mortos estão altos oficiais das Forças Armadas iranianas e especialistas do setor nuclear. Em contrapartida, israel reportou a morte de pelo menos duas dúzias de civis em ataques com mísseis lançados pelo Irã.

Ambas as nações alegam que seus ataques têm como alvo somente instalações militares e defensivas, entretanto, há um crescente número de vítimas civis, e cada lado acusa o outro de atingir hospitais e áreas não militares. Recentemente, um drone iraniano teria atingido um apartamento em um prédio residencial em teerã, embora detalhes sobre o incidente ainda sejam escassos.

Especialistas em segurança têm alertado que, embora os ataques aéreos de israel às instalações nucleares iranianas até o momento não tenham causado contaminação significativa, um ataque à usina nuclear de Bushehr poderia resultar em um desastre nuclear com consequências devastadoras para a região, que abriga milhões de habitantes e é um importante polo produtor de petróleo.

A reunião de Genebra, que estava agendada para a tarde de sexta-feira, é vista como um momento crucial para a diplomacia internacional. A cidade suíça foi cenário de um acordo inicial em 2013 que buscou limitar o programa nuclear do Irã em troca do alívio de sanções econômicas. O acordo mais abrangente, firmado em 2015, foi desmantelado quando trump retirou os Estados Unidos do pacto em 2018. Desde então, as tentativas de reestabelecer o diálogo entre o Irã e os EUA têm enfrentado dificuldades, especialmente após o lançamento da Operação Leão Ascendente, que visa neutralizar as capacidades nucleares e balísticas do Irã.

O Oriente Médio tem enfrentado tensões extremas desde que o grupo militante Hamas atacou israel em outubro de 2023, desencadeando a guerra em Gaza. israel se vê lutando em múltiplas frentes, enfrentando não apenas o Hamas, mas também os aliados regionais do Irã. Autoridades ocidentais e locais interpretam a estratégia israelense como uma tentativa de desmantelar o governo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a derrubada do regime iraniano poderia ser uma consequência do atual conflito, mas enfatizou que cabe ao povo iraniano lutar por sua liberdade. Grupos de oposição no Irã acreditam que o momento para uma mudança está se aproximando, mas ativistas que participaram de protestos anteriores manifestam preocupações sobre a possibilidade de mobilização em massa enquanto o país enfrenta ataques. Atena Daemi, uma ativista proeminente que passou seis anos na prisão antes de deixar o Irã, destacou que, sob as atuais circunstâncias de guerra, as pessoas estão focadas em proteger suas vidas e as de seus entes queridos, o que dificulta a organização de protestos em larga escala.

Share.
Leave A Reply

Exit mobile version