**Empresário Envolvido em Esquema de Lavagem de Dinheiro é Acusado de Manter “Zoológico Macabro” em Mansão em são paulo**
Artur Rondini, um empresário de 49 anos, foi recentemente vinculado a um caso polêmico envolvendo a posse de animais empalhados em sua propriedade localizada em São José do Rio Preto, no interior de são paulo. Este “zoológico macabro” foi descoberto durante uma operação da Polícia Federal (PF) em 10 de setembro, que teve como objetivo desarticular uma complexa rede de lavagem de dinheiro associada à exploração ilegal de recursos naturais.
Durante a ação, as autoridades federais encontraram 19 animais empalhados que foram supostamente trazidos da África, revelando uma prática ilegal de caça e comércio de espécimes silvestres. A Operação, que investigava um esquema que movimentou cerca de R$ 3 bilhões ao longo de quatro anos, revelou que o empresário utilizava uma empresa de fachada para realizar atividades ilícitas no setor de ouro, especialmente na mineração em garimpos dos estados do Mato Grosso e Pará.
De acordo com as investigações da PF, Artur Rondini não estava presente no momento da operação, mas as evidências coletadas apontam para suas atividades como um caçador profissional. Ele supostamente caçava animais em diversos países africanos e posteriormente os trazia para o brasil. Entre os 19 espécimes encontrados em sua mansão, 12 estavam sem a devida autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os outros sete possuíam alguma forma de legalização, mas foram apreendidos como parte do bloqueio de bens do empresário.
Ao trazer os animais para o brasil, Rondini enviava suas peles para um serviço de taxidermia, um processo que pode custar até R$ 100 mil por animal. As investigações ainda revelaram que o empresário estava envolvido em práticas de caça enlatada, onde fazendas criam animais em condições controladas apenas para o abate por caçadores, uma prática amplamente criticada por organizações de proteção animal.
A operação também envolveu a participação de equipes do Ibama, que flagrou a presença de troféus de caça irregulares na residência de Rondini. Dentre os itens apreendidos estavam cabeças de animais e uma ave, totalizando 12 troféus. As espécies encontradas incluíam hipopótamos, girafas, búfalos, gnu e leões, despertando preocupações sobre a legalidade da posse de tais exemplares. Somente sete das peças tinham documentação adequada de importação, e o empresário foi convocado a explicar a ausência de uma pele de zebra que constava em sua documentação.
O Ibama confirmou que embora alguns troféus contassem com a documentação legal, a maior parte dos espécimes encontrados não atendia às exigências estabelecidas pela legislação ambiental brasileira. O órgão é responsável pela fiscalização do comércio de espécies silvestres e lembrou que o brasil é signatário da Convenção sobre o comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), que visa regular o tráfico de animais e minimizar os riscos à sua sobrevivência. Animais como leões e girafas estão na lista de espécies protegidas pela convenção, o que exige rigorosa documentação para sua legalização.
A operação da PF se desenrolou em um condomínio de luxo em São José do Rio Preto, onde cerca de 60 policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, em busca de provas concretas das atividades ilegais. Um total de dez mandados foi expedido, incluindo um na cidade de são paulo, visando esclarecer o envolvimento do empresário em um esquema mais amplo de tráfico e comércio de animais silvestres.
Em resposta às acusações, os advogados de Artur Rondini sustentaram que ele é inocente das acusações de lavagem de dinheiro, enfatizando que o empresário se classifica como Colecionador e Atirador Desportivo (CAC), com todas as suas armas devidamente legalizadas. Além disso, alegaram que os animais encontrados na residência foram importados de forma legal, embora esta afirmação esteja em contradição com os achados da PF e do Ibama. A investigação, portanto, continua, levantando questionamentos sobre a ética e a legalidade das atividades de Rondini e o impacto de suas ações sobre as espécies ameaçadas.