Olá, leitoras queridas,
Hoje, convido vocês a refletirem sobre um tema de extrema importância e relevância social: o combate à insegurança alimentar. Este assunto não apenas afeta toda a população, mas exerce um impacto significativo, especialmente nas comunidades rurais. Recentemente, tive a oportunidade de discutir essa questão crítica no Fórum brasil de Gestão Ambiental (FGBA), onde os dados revelados foram alarmantes e merecem nossa atenção.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), mais de 295 milhões de pessoas em 53 países e territórios enfrentaram níveis severos de fome, um aumento preocupante de 13,7 milhões em comparação ao ano anterior. Essa realidade nos obriga a agir e a buscar soluções eficazes para a erradicação da fome, um problema que se agrava a cada dia.
No brasil, a situação também é preocupante. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, entre 2012 e 2013, cerca de 27,6% dos lares brasileiros, o que representa aproximadamente 21,6 milhões de residências, experimentavam insegurança alimentar. Essa condição era ainda mais crítica nas áreas rurais, onde 12,7% dos domicílios enfrentavam essa realidade, em comparação com 8,9% nas áreas urbanas. Essa disparidade evidencia a necessidade de abordagens específicas para cada contexto, com foco nas necessidades das populações mais vulneráveis.
Nesse cenário, a Comissão Semeadoras do Agro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (faesp) desempenha um papel crucial. Esta comissão se dedica a promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, ao mesmo tempo em que busca contribuir para a segurança alimentar global. Apesar de as mulheres serem fundamentais na produção agrícola, sua presença nas tomadas de decisão e na gestão do setor ainda é limitada. Por isso, através de parcerias com Sindicatos Rurais e iniciativas como as do Sebrae-SP, a Comissão tem promovido capacitações em gestão, empreendedorismo e práticas sustentáveis. Essas ações visam impulsionar a autonomia financeira das comunidades rurais e, consequentemente, colaborar na erradicação da fome.
As Semeadoras do Agro acreditam firmemente que o reconhecimento e a valorização do trabalho das mulheres rurais são essenciais para o crescimento econômico. Este apoio não apenas promove justiça social, mas também desempenha um papel vital na redução da pobreza e no combate à insegurança alimentar, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Recentemente, tive a oportunidade de participar de um evento na África do Sul, onde fui convidada pelo governo local para integrar o BRICS Women’s Business Alliance 2025. Esse encontro foi uma experiência enriquecedora, já que pude testemunhar o esforço de todo um continente na luta contra a fome e na promoção do trabalho feminino. Fiquei satisfeita ao perceber que as iniciativas das Semeadoras estão alinhadas com os temas debatidos no evento, que incluíram o fortalecimento das redes de apoio entre mulheres, a promoção do empreendedorismo e a criação de estratégias para facilitar o acesso ao crédito para o público feminino.
A missão que abraçamos é desafiadora e de grande relevância, ressaltando a importância do nosso movimento. Por isso, faço um apelo a todas vocês: contem com as Semeadoras do Agro. Juntas, podemos fazer a diferença e contribuir para um futuro onde a insegurança alimentar não seja uma realidade para nossas comunidades.
Com carinho,
Juliana Farah, presidente da Comissão Semeadoras do Agro da faesp