O indiciamento do vereador carlos bolsonaro pela Polícia Federal no âmbito do inquérito da chamada “abin paralela” está sendo utilizado por apoiadores do ex-presidente Jair bolsonaro como um argumento para sustentar a ideia de que existe uma perseguição sistemática contra os candidatos da direita que visam o Senado nas eleições de 2026. Este discurso ganhou força especialmente após a prisão do ex-ministro gilson Machado, ocorrida na sexta-feira, 13 de junho, que é acusado de ter facilitado a obtenção de um passaporte português para mauro cid, que é réu no inquérito relacionado ao golpe.

gilson Machado, assim como carlos bolsonaro, é um dos pré-candidatos da ala bolsonarista que almejam uma vaga no Senado. gilson se posiciona para concorrer ao cargo de senador por Pernambuco, enquanto carlos bolsonaro, conforme reportado em colunas recentes, deve se lançar na disputa por santa catarina. Esse alinhamento de candidaturas revela a estratégia dos bolsonaristas de focar na eleição para o Senado, considerado um espaço crucial, pois a Casa é responsável por fiscalizar o Supremo Tribunal Federal (STF) e deliberar sobre pedidos de impeachment contra seus ministros.

Os apoiadores de Jair bolsonaro argumentam que a Justiça está atenta a possíveis candidatos da direita ao Senado, com o intuito de torná-los inelegíveis, similar ao que ocorreu com o próprio ex-presidente, que atualmente não pode concorrer em 2026. O deputado licenciado Eduardo bolsonaro, em uma postagem feita em fevereiro, destacou essa preocupação: “É sobre isso que eu quero chamar atenção: querem deixar inelegíveis diversos favoritos da direita ao Senado e puxadores de votos para deputado federal.” Essa afirmação reflete a percepção de uma estratégia elaborada para deslegitimar candidatos que poderiam representar uma ameaça ao establishment político.

Após a prisão de gilson Machado, por ordem do ministro alexandre de moraes, Eduardo bolsonaro voltou a abordar essa teoria em um vídeo compartilhado em suas plataformas sociais. Ele afirmou: “Sempre avisei que o jogo já é cruel, mas fica ainda mais brutal para candidatos em 2026. gilson é pré-candidato a senador.” Estas declarações ressaltam a tensão crescente em torno do ambiente político e a percepção de que os aliados de bolsonaro estão sendo alvo de uma vigilância excessiva.

A investigação da “abin paralela“, que examina uma suposta estrutura clandestina dentro da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo bolsonaro, também tem gerado repercussões. No início de junho, foi relatado que a cúpula da Polícia Federal (PF) estava pressionando os membros da corporação para que finalizassem o inquérito o mais rápido possível. Esta investigação está sendo conduzida por delegados da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), área que tem concentrado os inquéritos contra os integrantes do clã bolsonaro e seus aliados.

Inicialmente, a expectativa da direção da PF era que o inquérito pudesse ser concluído até o final de 2024. Contudo, esse prazo foi estendido após a descoberta de novas ferramentas de espionagem utilizadas pelos investigados. Essa situação gerou desconforto entre os altos escalões da PF, que passaram a exigir que o setor responsável pela investigação acelerasse o processo. Essa pressão revela não apenas a urgência em resolver o caso, mas também o clima de incerteza e tensão que permeia o cenário político atual, onde cada movimento é monitorado de perto, especialmente por aqueles que estão em busca de cargos eletivos.

Portanto, a narrativa em torno do indiciamento de carlos bolsonaro e a prisão de gilson Machado ilustra um jogo político complexo e multifacetado, onde a luta por poder, a percepção de injustiça e as manobras estratégicas se entrelaçam em um ambiente de constante vigilância e controvérsias. Esse contexto se torna ainda mais relevante à medida que as eleições de 2026 se aproximam, prometendo intensificar ainda mais as disputas e as polarizações no cenário político brasileiro.

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