incêndio Devasta Floresta Nacional

Na última quinta-feira, 7 de agosto, um incêndio devastador afetou 65,1 hectares da Floresta Nacional de Brasília (Flona), área equivalente a impressionantes 91 campos de futebol. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) registrou as chamas a partir de uma aeronave. O combate ao fogo começou por volta das 14h50, nas margens da BR-070, sentido Águas Lindas (GO), com esforços iniciais concentrados em uma abordagem terrestre.

No entanto, a intensidade e a rápida propagação das chamas exigiram a utilização de um avião especializado, além de sete viaturas de combate a incêndio. A aeronave Nimbus 01 atuou por cerca de duas horas, lançando do alto seis cargas de água, cada uma com 9 mil litros, para ajudar no controle das chamas. A operação se mostrou complexa a ponto de o avião ter que pousar para reabastecer o tanque duas vezes durante o combate.

As operações aéreas continuaram até o pôr do sol, quando os bombeiros foram forçados a interromper os trabalhos por motivos de segurança. Contudo, as equipes que estavam na linha de frente das chamas permaneceram no local por várias horas, e, finalmente, por volta das 19h48, o incêndio foi considerado sob controle. Para garantir a segurança e evitar reinícios do fogo, duas equipes de bombeiros continuaram monitorando a área.

Na manhã seguinte, 8 de agosto, o CBMDF confirmou que o incêndio estava extinto. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela Flona, emitiu uma nota informando que acionou várias entidades ligadas ao Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, incluindo o Corpo de Bombeiros e o Instituto Brasília Ambiental, somando um total de 50 combatentes envolvidos na ação.

O ICMBio ressaltou que, no momento do incêndio, a equipe da Flona estava finalizando uma ação preventiva em outro local da unidade. Assim, a queima prescrita que ocorria não teve relação com o incêndio, garantindo que as práticas de manejo estivessem dentro das normas de segurança.

Queimadas no Cerrado e O Impacto Anual

O período de seca que atinge o Distrito Federal, normalmente entre os meses de maio e junho, pode se estender até setembro e outubro, criando um cenário propício para queimadas no Cerrado. Segundo dados apresentados na primeira edição do Relatório Anual do Fogo (Raf) e na Coleção 4 de Mapas de Cicatrizes de Fogo no Brasil, divulgados em 24 de junho deste ano, os incêndios nessa região representaram 35% de todo o território brasileiro queimado, totalizando impressionantes 10,6 milhões de hectares afetados. Este número representa um aumento de 10% em relação à média histórica, que é de 9,6 milhões de hectares queimados anualmente.

Em 2024, dados indicam uma redução significativa da área queimada na Caatinga, com uma diminuição de 16%, totalizando 404 mil hectares atingidos pelo fogo. Historicamente, a média nos últimos 40 anos era de 480 mil hectares. No Pampa, a situação foi um pouco diferente, onde o fogo consumiu uma área levemente maior do que em 2023, atingindo 7,9 mil hectares, mas ainda assim muito abaixo da média histórica de 15,3 mil hectares, resultando em uma redução de 48% em comparação aos anos anteriores.

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