Bat Yam, localizada ao sul de Tel Aviv, há muito se estabelece como um bastião de apoio à coalizão de governo de direita em israel. No entanto, a cidade foi recentemente abalada por um ataque devastador. Na madrugada de domingo, 15 de janeiro, um míssil iraniano atingiu um prédio residencial de dez andares, resultando na morte de pelo menos oito pessoas e deixando muitas outras soterradas sob os escombros. O impacto da explosão foi intenso, danificando não apenas o edifício atingido, mas também afetando severamente a vizinhança, onde a maioria dos prédios sofreu danos estruturais.
Apesar da destruição e do luto, os moradores de Bat Yam expressam um forte apoio à ofensiva militar de israel contra o Irã, que teve início na sexta-feira, 13 de janeiro. Essa operação tem como alvo uma variedade de instalações críticas, incluindo instalações nucleares, bases de mísseis e defesas aéreas, buscando neutralizar as ameaças que o regime iraniano representa para a segurança de israel. Veronica Osipchik, uma residente de 33 anos que vive a apenas 200 metros do local do ataque, afirmou: “Isso precisava ser feito. Mas não esperávamos que isso nos afetasse desta forma.” Sua casa teve janelas e persianas completamente destruídas, e a sensação de choque permeou a comunidade.
O ataque com mísseis balísticos, que causou uma destruição sem precedentes em Bat Yam, é significativamente mais devastador do que os foguetes disparados por grupos como Hamas e Hezbollah nos últimos 18 meses. Esses foguetes costumam ser interceptados pelo avançado sistema de defesa aérea de israel, mas os mísseis iranianos apresentaram um novo nível de ameaça. Os esforços de resgate iniciados logo após a explosão resultaram na retirada de algumas das primeiras vítimas dos escombros, mas até o final do dia, pelo menos três pessoas ainda estavam desaparecidas. Ori Lazarovich, um paramédico envolvido na operação, descreveu a cena: “Vi medo em seus olhos. As pessoas saíram cinzas, cobertas de fuligem, cinzas e detritos.”
A opinião pública em Bat Yam reflete um consenso em torno da continuidade dos ataques contra o Irã. Avi, um residente de 68 anos, expressou sua convicção de que israel deve continuar a ação militar, afirmando: “Precisamos continuar atacando [o Irã]. Caso contrário, eles vão jogar uma bomba atômica sobre nós.” Emil Mahmudov, um jovem de 18 anos, também apoiou essa visão, comentando que a maioria dos israelenses acredita que esse tipo de ação deveria ter ocorrido antes.
israel justifica seus ataques ao Irã com a intenção de interromper o potencial programa nuclear do país. Ao longo da última década, diversos governos em israel têm alertado sobre o risco de o regime iraniano obter armas nucleares, algo que teerã nega. Apesar das críticas direcionadas ao primeiro-ministro netanyahu pela situação da guerra em gaza, figuras políticas de oposição, como Benny Gantz, Avigdor Lieberman e Yair Lapid, manifestaram apoio à ofensiva contra o Irã, evidenciando um consenso em torno da necessidade de enfrentar essa ameaça.
Yossi Mekelberg, professor do Programa do Oriente Médio em um think tank, menciona que sempre houve um respaldo para impedir que o Irã desenvolvesse capacidades militares nucleares. No entanto, ele observa que a escala do conflito atual é muito maior do que as batalhas contra o Hamas em gaza ou o Hezbollah no Líbano. “Isso está evoluindo para uma guerra total”, alerta. Ele também destaca que a população israelense pode começar a se sentir fatigada após 20 meses de guerra, e que se o número de baixas aumentar, o apoio popular pode se transformar em questionamentos sobre a continuidade do conflito.
No domingo à tarde, o ministro da Segurança Nacional de israel, Itamar Ben Gvir, que é frequentemente associado a declarações polêmicas, visitou Bat Yam para se encontrar com os enlutados. Acompanhado por seguranças armados, ele cumprimentou comerciantes em uma rua onde muitos estabelecimentos haviam sido danificados pela explosão. Um dos lojistas, que desejou permanecer anônimo, revelou que estava ali para proteger sua padaria contra saques e, ao ser questionado sobre a abertura de uma nova frente de combate contra o Irã, respondeu afirmativamente.
O apoio à ação militar continua a ser forte, mas a pergunta que paira no ar é até onde a população israelense está disposta a ir diante de um conflito que ameaça se intensificar. netanyahu, em sua visita à cidade, também fez um discurso à nação, reconhecendo a dor dos que perderam entes queridos. Com o crescente número de baixas civis, o futuro do apoio popular e a disposição para suportar mais dias difíceis se tornam questões cruciais para a sociedade israelense.