A Clínica São Vicente, localizada no coração do rio de janeiro, emitiu uma nota oficial expressando seu profundo pesar pela morte do renomado ator e diretor Ney Latorraca. O artista estava sob cuidados médicos na unidade desde o dia 20 de agosto e veio a falecer em decorrência de uma sepse pulmonar, uma complicação resultante do agravamento de seu câncer de próstata, diagnosticado em 2019.
Na declaração emitida, a clínica lamentou a perda de Latorraca, sublinhando a solidariedade da instituição com os familiares e amigos do ator, destacando a importância do respeito à privacidade neste momento delicado. “A Clínica São Vicente expressa suas mais sinceras condolências pela partida do paciente Antonio Ney Latorraca na manhã desta quinta-feira. O hospital deseja que seus familiares e amigos encontrem conforto e força nesta dolorosa perda”, afirmava a nota, que também ressaltou que não tinha autorização da família para compartilhar maiores informações sobre o estado de saúde do artista.
Ney Latorraca, uma das figuras mais importantes do cenário cultural brasileiro, enfrentou um diagnóstico de câncer de próstata em 2019. Em sua luta contra a doença, passou por uma cirurgia de remoção da próstata e, por um tempo, não apresentou sinais de recorrência. No entanto, em agosto deste ano, o câncer se manifestou novamente, desta vez com metástase, afetando diversas partes de seu corpo. Embora tenha iniciado um tratamento para tentar combater a doença, os resultados não foram os esperados, levando ao seu falecimento.
O legado deixado por Ney Latorraca é inegável. Ele era casado com o ator Edi Botelho, com quem compartilhou três décadas de amor e parceria. Informações sobre o velório e a cremação do corpo ainda não foram divulgadas, gerando grande expectativa e preocupação entre os admiradores do artista.
Quem foi Ney Latorraca
Antonio Ney Latorraca nasceu em Santos, São Paulo, e desde os seis anos já dava seus primeiros passos no mundo da atuação, participando de uma radionovela na Record. Na década de 1970, Ney se destacou em diversos espetáculos teatrais, como “Hair” (1970), “Jesus Cristo Superstar” (1972), “Bodas de Sangue” (1973) e “A Mandrágora” (1975), solidificando sua carreira nas artes cênicas.
Sua estreia na televisão ocorreu em 1975, quando participou da novela “Escalada” na TV Globo, emissora que o acolheu por mais de 50 anos. Ao longo dessa jornada, Ney Latorraca interpretou personagens memoráveis, incluindo vlad, na novela “Vamp” (1991). Durante sua trajetória na Globo, ele atuou em 18 novelas, seis minisséries e oito seriados, deixando uma marca indelével na história da televisão brasileira.
Além de suas performances em novelas, o ator também se destacou em programas de humor, com papéis marcantes como o de Barbosa em “TV Pirata” (1988) e o italiano Ernesto Gattai na minissérie “Anarquistas, graças a Deus” (1984). Seu talento foi igualmente reconhecido na novela “Um Sonho a Mais” (1985), onde interpretou o travesti Anabela, uma atuação que ficou na memória dos telespectadores.
Um dos papéis que mais definiu sua carreira foi o de Mederiquis, o entusiástico fã de Elvis Presley e líder da fictícia banda de rock “Personélitis Bóis” na novela “Estúpido Cupido”, transmitida entre 1976 e 1977. Embora inicialmente relutante quanto à interpretação desse personagem, Ney acabou conquistando o público e consolidando seu status como um dos grandes nomes da comédia televisiva.
Rico em talentos, Ney ainda contou em seu currículo com 23 longa-metragens e 13 peças de teatro, o que demonstra sua versatilidade e compromisso com a arte. Sua última aparição na Rede Globo foi no seriado “A Grande Família”, em 2011, marcando o fim de uma era em que ele encantou várias gerações com seu talento e carisma inigualáveis. A triste notícia de seu falecimento deixa um enorme vazio no mundo das artes e no coração de todos que tiveram a sorte de conhecê-lo, mesmo que indiretamente, por meio de suas brilhantes atuações.