Bolsonaros e a Relação com os Estados Unidos
Em uma declaração impactante, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a abordar a relação entre as tarifas impostas pelos Estados Unidos e a atuação da família Bolsonaro no país norte-americano. Durante uma entrevista concedida nesta quinta-feira (24/7), Haddad enfatizou que a tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras pelo presidente Donald Trump está diretamente ligada aos esforços do clã Bolsonaro em buscar sanções junto à Casa Branca contra o ministro Alexandre de Moraes e o governo brasileiro.
“Os bolsonaristas estão obstruindo o canal de contato entre o governo brasileiro e os EUA. Saiam do caminho, não impeçam a negociação”, declarou Haddad ao programa Chamada Geral, da Rádio Itatiaia, destacando a necessidade de um diálogo aberto e construtivo nesse momento delicado.
Impacto das tarifas e a Resposta do Governo Brasileiro
O anúncio do aumento da tarifa foi feito no último dia 9 de julho, quando Trump confirmou a cobrança de 50% sobre os produtos brasileiros, com início a partir de 1º de agosto. Essa medida faz parte de uma série de ações protecionistas dos EUA, que têm afetado o Brasil de maneira significativa, tornando-o um dos países mais penalizados pela nova política comercial americana.
Haddad também não hesitou em criticar aqueles que tentam explorar a situação do tarifaço para comprometer a economia brasileira em busca de vantagens eleitorais. Ele alertou que a população está ciente dessas movimentações e que tais manobras não passarão despercebidas.
negociações em Andamento com os EUA
Apesar das dificuldades, o ministro confirmou que ainda não houve um diálogo direto com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, mas garantiu que sua equipe tem mantido comunicações com os técnicos norte-americanos. O último contato significativo ocorreu em uma reunião bilateral em maio, quando Haddad estava em missão oficial na Califórnia.
Na ocasião, Bessent reconheceu a anomalia de taxar parceiros comerciais que apresentam um balanço comercial deficitário com os EUA, segundo relatos do ministro. Haddad expressou a disposição do governo brasileiro em continuar as negociações e reforçou: “Nós não vamos sair da mesa de negociação. Se a nossa contraparte [os EUA] não quer se sentar à mesa, esse é um outro problema.”
Expectativas para as negociações Futuras
Por fim, Haddad deixou claro que o Brasil está aberto ao diálogo e que, se a racionalidade prevalecer, é possível estabelecer uma negociação entre “povos irmãos”. Ele fez um apelo à racionalidade nas negociações, ressaltando a importância de construir relações comerciais saudáveis e produtivas entre os dois países.