Jofre Eduardo Chaves Filho, um homem de 76 anos, recentemente se submeteu a uma cirurgia de descompressão do nervo ciático em um hospital particular no distrito federal. Após a cirurgia, sua esposa, Sandra Lima Pinheiro, recebeu uma ligação alarmante de um indivíduo que se identificou como “Dr. Marcelo”. Este suposto médico alegou que Jofre tinha contraído uma bactéria no sangue e que a família precisava realizar um pagamento urgente via Pix no valor de R$ 4,9 mil para um exame extremamente necessário. Esse contato, no entanto, não passava de um golpe cuidadosamente planejado.
O golpista aplicou uma série de táticas de manipulação emocional com o objetivo de pressionar Sandra. Ele insistiu que o exame era urgente e que o plano de saúde cobriria os custos, mas requeria o pagamento imediato para não atrasar o procedimento. Fingindo ser o chefe do laboratório do hospital, ele contatou Sandra repetidamente, tanto por telefone quanto por mensagens, exigindo o depósito. A família acredita que informações confidenciais do prontuário de Jofre possam ter sido vazadas, o que forneceu ao golpista detalhes que o ajudaram a criar essa situação angustiante.
“Fiquei em estado de pânico quando ele disse que meu esposo estava sofrendo com uma bactéria agressiva no sangue. Acabava de acordar e mal conseguia raciocinar. Ele me disse que o exame custava R$ 4,9 mil e precisava desse valor imediatamente para agendar o exame para às 18 horas. Essa pressão me deixou desesperada”, relatou Sandra, visivelmente abalada pela ligação.
Naquela ocasião, ela se encontrava na casa de um parente e imediatamente decidiu contatar o médico responsável pelo atendimento de Jofre. O profissional rapidamente desmascarou o golpe, esclarecendo que não havia nenhum conhecimento sobre a infecção bacteriana mencionada e que não havia qualquer novo procedimento a ser realizado. Além disso, ele não reconhecia o nome ou a foto do suposto “Dr. Marcelo”.
Determinada a saber a situação real de seu esposo, Sandra foi ao hospital. “O homem não parava de ligar, até mandou os dados para o Pix. Respondi que não faria nenhum pagamento, pois meu esposo estava ali sem entender o que estava acontecendo e eu também estava confusa. Pedi ao golpista para subir até o quarto e esclarecer a situação pessoalmente. Assim que eu tivesse mais informações, faria o pagamento. Ele simplesmente desapareceu e apagou todas as mensagens”, explicou Sandra, demonstrando a frustração e a angústia que vivenciou.
Preocupada com a seriedade da situação, Sandra imediatamente contou aos administradores do hospital sobre a tentativa de golpe. Para sua surpresa, ela descobriu que o hospital já havia enfrentado outros três casos semelhantes. A administração estava ciente do problema e, inclusive, havia afixado um cartaz no elevador do hospital informando sobre o golpista que se passava por “Dr. Marcelo”. Embora a imagem e o nome associados ao golpista fossem falsos, o hospital tomou medidas para alertar os pacientes e suas famílias sobre esse tipo de fraude.
“Quando você entra no hospital, recebe vários avisos, mas está tão focado em cuidar da saúde que esquece disso. Nunca me lembro de que o hospital disse que não se deve fazer pagamentos sem confirmação. O golpista sabe disso e ataca a pessoa exatamente nesse momento vulnerável”, enfatizou Sandra, refletindo sobre a natureza predatória das fraudes no ambiente hospitalar.
Essa situação destaca a importância da conscientização sobre fraudes em ambientes de saúde, onde pacientes e familiares podem ser alvos fáceis em meio à angústia. As famílias devem ficar alertas e sempre confirmar a autenticidade de qualquer comunicação recebida, especialmente quando envolver pagamentos urgentes. A vigilância e a comunicação com a equipe médica são fundamentais para evitar cair em armadilhas financeiras que podem prejudicar ainda mais os pacientes e suas famílias em momentos de fragilidade.