Criminosos Utilizam Apps de Relacionamento para extorsão

Em uma estratégia audaciosa, presidiários de diferentes partes do Brasil têm utilizado o nome da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), para enganar e extorquir homens no Distrito Federal. A técnica se baseia na criação de perfis falsos em aplicativos de namoro como Tinder, Badoo e Happn, e foi descoberta após uma operação da 3ª Delegacia de Polícia do Cruzeiro, deflagrada nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, 7 de agosto.

Segundo as investigações, o esquema criminoso inicia-se com a criação de perfis femininos fictícios. A partir do momento em que os golpistas conseguem conquistar a confiança das vítimas, eles solicitam o número do WhatsApp e, logo após, eliminam o perfil da rede social. É neste ponto que a situação se torna alarmante: os acusados então entram em contato com os homens, informando que a mulher era casada com um membro do PCC e que, devido ao envolvimento amoroso, a vítima estaria com a morte decretada por um suposto “tribunal do crime”.

O Modo de Operação dos Criminosos

O modus operandi dos golpistas é metódico e calculado. Inicialmente, eles se fazem passar por mulheres em redes sociais ou aplicativos de relacionamento. Após estabelecer confiança, exigem que as vítimas enviem conteúdos íntimos. A partir daí, a extorsão começa, com ameaças de exposição ou de violência caso o pagamento não seja realizado. Os criminosos exigem que as vítimas transfiram valores através de plataformas como o Pix, sob a ameaça de divulgação do material íntimo ou de represálias por conta da facção criminosa.

Os impactos emocionais e financeiros sobre as vítimas têm sido severos. Relatos indicam que muitos homens enfrentaram prejuízos elevados e traumas psicológicos significativos, resultantes da pressão e do medo impingidos pelos criminosos.

Casos Identificados no Sudoeste do DF

A investigação, que se iniciou em fevereiro deste ano, já contabiliza mais de 30 ocorrências no Distrito Federal e um prejuízo estimado em R$ 38 mil. As vítimas têm seus dados pessoais, incluindo fotos e nomes de familiares, utilizados nas ameaças. Os criminosos exigem que os homens realizem transferências via Pix para cancelar a “ordem de execução”. Vítimas foram localizadas especialmente na região do Sudoeste, mas há registros de ações em outras partes do Brasil.

Ações Policiais e Consequências Legais

Como resultado das investigações, foram expedidos 14 mandados de busca e 10 de prisão temporária. Até o momento, ao menos 12 indivíduos foram identificados, sendo que três deles já estão detidos em unidades do sistema penitenciário de Pernambuco, de onde as ameaças estão sendo originadas. Cada crime de extorsão pode levar a penas de até 10 anos de prisão, e como os golpes atingiram diversas vítimas, os criminosos poderão responder por múltiplos crimes, resultando em penas consecutivas.

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