Durante a gestação, é fundamental que as mulheres intensifiquem os cuidados com a saúde e iniciem o quanto antes o acompanhamento médico, especialmente por meio de consultas regulares de pré-natal. Um tópico que merece destaque é a infecção urinária, uma condição que afeta muitas gestantes e que deve ser monitorada de perto por obstetras. Durante a gravidez, as mudanças hormonais e anatômicas naturais tornam as mulheres mais suscetíveis a essas infecções, devido ao aumento do volume abdominal e as alterações no sistema urinário.

Uma das principais razões para o aumento do risco de infecção urinária durante a gravidez é a dilatação do trato urinário, que pode levar à estase urinária, ou seja, ao acúmulo de urina. Esse cenário cria um ambiente propício para a multiplicação de bactérias, podendo resultar em infecções que não só representam um desconforto, mas também elevam o risco de complicações como o parto prematuro.

A infecção do trato urinário é uma preocupação séria, pois pode acarretar complicações como a prematuridade e risco de sepse, tanto para a mãe quanto para o bebê. Estima-se que cerca de 30% das mulheres grávidas podem desenvolver a infecção sem apresentar sintomas evidentes e, se não tratadas a tempo, essas infecções podem evoluir para quadros mais graves, o que ressalta a necessidade de um acompanhamento médico eficaz.

As consequências de uma infecção urinária não tratada podem ser alarmantes. Entre os possíveis efeitos estão abortos espontâneos, o desenvolvimento de doenças respiratórias em recém-nascidos, como asma e pneumonia, além de infecções renais, risco de mortalidade neonatal e sepse, que pode ser fatal. Por essas razões, é crucial que as gestantes se atentem aos cuidados preventivos.

Dentre as recomendações para a saúde urinária durante a gravidez, destaca-se a importância de uma alimentação equilibrada, a hidratação adequada com a ingestão de pelo menos dois litros de água por dia e a urgência de não ignorar os sinais do corpo. A mulher deve procurar urinar a cada 2 ou 3 horas, evitando reter a urina, e é aconselhável que não utilizem duchas para higiene íntima. A higiene deve ser realizada seguindo sempre a orientação de limpar-se de frente para trás, e, após evacuar, é recomendável tomar um banho para garantir a limpeza completa da região.

Os sintomas típicos de infecção urinária na gravidez incluem desconforto abdominal, dor ou ardor ao urinar, febre baixa, necessidade frequente de urinar mesmo quando a bexiga não está cheia, presença de sangue na urina e sensação de que a bexiga não esvaziou completamente após a micção.

A realização do pré-natal é peça-chave nesse cenário, segundo especialistas. É nesse espaço que as gestantes recebem orientações sobre cuidados com a saúde e higiene íntima. As consultas de pré-natal e os exames que compõem o cronograma ajudam a detectar infecções urinárias em seu estágio inicial, mesmo quando as pacientes não apresentam queixas. Esse acompanhamento permite intervenções precoces e aumenta a segurança tanto da mãe quanto do bebê.

O Ministério da saúde recomenda que as gestantes no pré-natal de baixo risco realizem, no mínimo, seis consultas, com um mix de profissionais médicos e enfermeiros, iniciando desde o primeiro trimestre, idealmente até a 12ª semana de gestação. Um pré-natal iniciado de maneira oportuna não apenas fortalece a relação entre a equipe de saúde e a gestante, mas também contribui para a identificação precoce de possíveis alterações e o atendimento às expectativas de cada mulher em relação à sua gravidez.

As consultas de pré-natal devem ser agendadas mensalmente até a 28ª semana, quinzenalmente até a 36ª semana e, a partir daí, semanalmente até o parto. Para gestantes com condições de alto risco, as consultas deverão ser agendadas com maior frequência, dependendo das necessidades clínicas. Este planejamento meticuloso é indispensável para garantir que tanto a mãe quanto o bebê permaneçam saudáveis ao longo de toda a gestação.

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