O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, manifestou severas críticas à gestão do governo Lula no que diz respeito ao combate a incêndios criminosos em território nacional. Em uma entrevista coletiva realizada na terça-feira (8), Lupion não poupou palavras ao avaliar a atuação da ministra do Meio Ambiente, marina Silva, a quem classificou como “incompetente”. Ele ainda levantou questões sobre a capacidade dela em representar o Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no próximo ano em Belém, pará.
Lupion enfatizou que a administração atual não tomou medidas efetivas para enfrentar a grave situação de incêndios no Brasil, destacando o que considera uma total falta de ação. “O governo não fez absolutamente nada para combater os incêndios. Tanto a ministra marina quanto sua equipe demonstraram ineficácia no enfrentamento desse problema”, reforçou o deputado, apontando a alarmante realidade de que o país esteve sob chamas durante três meses consecutivos. “Enquanto isso, o governo se limitou a discursos vazios”, completou.
Os números são preocupantes: de acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (inpe), o Brasil registrou impressionantes 210.208 focos de incêndios no período de janeiro a setembro deste ano. Esse dado representa um aumento de 87% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior, configurando o maior índice de incêndios para esse período desde 2010. Esses incêndios, segundo Lupion, causaram perdas estimadas em R$ 14,7 bilhões ao setor produtivo e afetaram cerca de 2,8 milhões de hectares de áreas rurais.
O deputado federal ainda destacou que existem mais de 100 projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional visando combater os incêndios criminosos. Ele afirmou seu apoio a todas as medidas que visem punir os responsáveis por essas queimadas, mas expressou preocupações quanto ao recente decreto do governo. Segundo Lupion, essa norma impõe restrições de crédito a produtores que atuam de boa-fé, o que poderia agravar ainda mais a situação do agronegócio em tempos de crise.
“Quando o setor agropecuário mais necessitou de ações efetivas contra os incêndios, o que se viu foi uma total falta de habilidade do governo para lidar com o problema”, criticou Lupion. Ele reforçou: “O governo deve reconhecer que falhou em seu combate aos incêndios e que a ministra marina não está à altura de representar o Brasil na COP”, evidenciando seu descontentamento com a atual situação.
Por outro lado, a ministra marina Silva reconheceu em uma reunião no Palácio do Planalto, em 19 de setembro, que os incêndios têm causado um “prejuízo enorme” aos produtores rurais. Durante essa reunião, que incluiu governadores e outros ministros, a ministra discutiu as consequências diretas das queimadas. “Os proprietários estão enfrentando um grande desfalque. Este é um período em que a garapa da cana-de-açúcar está em seu auge, e as altas temperaturas causam a caramelização dessa garapa, resultando em perdas significativas para os agricultores”, afirmou marina.
Além disso, a ministra também abordou a questão das penalidades para aqueles que provocam incêndios. Em uma análise comparativa, ela afirmou que a repercussão de um crime como este deve ser proporcional à gravidade da ação. “Se alguém provocar um incêndio em sua casa, isso é considerado um crime hediondo. Mas quando o incêndio atinge um canavial ou uma propriedade rural, a pena varia de dois a seis anos no máximo. Essa é uma discussão importante que deve ser feita”, comentou marina.
Assim, o debate sobre as medidas efetivas para o combate a incêndios e a preservação ambiental ganha destaque, revelando um cenário que necessita de soluções urgentes e concretas para proteger tanto o meio ambiente quanto a economia rural brasileira.