Monitoramento e Dados da Ferrugem Asiática
O Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar, divulgou novas informações sobre a ferrugem asiática da soja. Os dados, apresentados pelo governo do Rio Grande do Sul em 23 de outubro de 2024, revelam um aumento significativo na detecção de esporos nas semanas iniciais da safra 2024/25. O monitoramento é parte de um esforço contínuo para acompanhar a doença que tem impactado a cultura da soja no estado.
Entre os municípios que se destacaram, Muitos Capões lidera com 602 esporos, seguido por Três Passos com 372, Ijuí com 293 e Cruz Alta com 205. A ferrugem, provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, começou a ser registrada no Rio Grande do Sul logo após o término do vazio sanitário, que ocorreu em outubro deste ano.
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Condicionantes Climáticos e Efeitos na Safra
Os meses de outubro e novembro foram críticos, apresentando os maiores índices de inóculo, seguidos por um pico em março de 2025. A análise regional apontou que o Planalto Médio enfrentou a situação mais severa, com 5.584 esporos, enquanto o Planalto Superior – Serra do Nordeste e o Alto/Médio Vale do Uruguai registraram 2.908 e 2.281 esporos, respectivamente. Esses picos coincidiram com períodos de chuvas intensas e alta umidade, fatores que favorecem a proliferação do fungo.
Ainda que a infecção tenha sido alta inicialmente, o clima atenuou a disseminação da doença. A safra 2024/25 se caracteriza por uma neutralidade climática, sem a predominância de fenômenos como El Niño ou La Niña. Contudo, chuvas abaixo da média e ondas de calor em fevereiro e março, com temperaturas superando os 41°C, foram determinantes para limitar a formação de novos focos de infecção. Esse cenário resultou em uma propagação da ferrugem menor em comparação ao ano anterior, que foi acentuada pelo fenômeno climático.
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Ações de Monitoramento e Controle
O monitoramento da ferrugem no estado é um esforço coletivo que envolve outras instituições de pesquisa e o Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi). Ricardo Felicetti, diretor do DDV, enfatiza a importância do acompanhamento da presença do fungo nas áreas de cultivo de soja, assim como da identificação das condições climáticas que favorecem seu desenvolvimento. “Essas informações são cruciais para o início das medidas de controle e para decisões sobre a aplicação de fungicidas”, afirma.
O programa de monitoramento mantém coletores de esporos em 77 lavouras de soja, distribuídas em 75 municípios representando as 11 regiões ecoclimáticas do Rio Grande do Sul. Os dados são atualizados semanalmente e disponibilizados em mapas online, facilitando o manejo preventivo dos produtores diante da ameaça da ferrugem.
Período de Vazio Sanitário e Importância da Medida
Atualmente, o estado do Rio Grande do Sul está em período de vazio sanitário para a soja, que vai de 3 de julho a 30 de setembro. Durante esse intervalo, é proibida a manutenção de qualquer planta voluntária em qualquer fase de desenvolvimento. Esta abordagem é vista como essencial para mitigar a sobrevivência do fungo entre as safras e garantir a saúde das futuras colheitas.