Motivo da Tragédia
No dia 5 de setembro, uma mulher foi assassinada a tiros na residência de seu companheiro em Guarulhos, na Grande São Paulo. O homem, identificado como Manoel, foi detido sob suspeita de feminicídio, segundo informações fornecidas pela Polícia Militar e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarulhos classificou o crime como feminicídio, um tipo de homicídio que ocorre quando há violência doméstica ou desconsideração pela condição da mulher. O boletim de ocorrência indica que a Polícia Militar foi acionada em torno das 12h para verificar a ocorrência na Rua Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Vila Galvão.
Ao chegar ao local, os agentes encontraram Manoel acompanhado de seu advogado. Ele revelou que tinha acabado de matar sua namorada, Creusa Fernandes Lôbo. De acordo com seu relato, Creusa havia ido à sua casa para encerrar o relacionamento e retirar alguns de seus pertences. Durante a conversa, surgiram desavenças e, em um momento de descontrole emocional, como descreveu Manoel, ele pegou um revólver calibre 38 e disparou contra a cabeça de Creusa. Infelizmente, a vítima não sobreviveu aos ferimentos e faleceu no local.
Após o ato, Manoel tentou tirar a própria vida, porém, segundo seu relato, a arma falhou e ele não conseguiu concretizar a ação. O advogado do suspeito entregou à polícia o revólver Taurus calibre 38, que foi utilizado no crime. A cena do crime foi isolada para a realização de perícias detalhadas, e o caso foi remetido ao 2º Distrito Policial de Guarulhos, onde foi oficialmente registrado como feminicídio.
Aumento dos Casos de feminicídio em São Paulo
Leia também: Despejo da Casa de Acolhimento em Cabo Frio: Conflito entre Prefeitura e Movimento Social
Os números de feminicídio em São Paulo são alarmantes. Entre janeiro e maio de 2025, a capital registrou 29 casos, o maior total já contabilizado para o primeiro semestre desde a introdução dessa categoria, que ocorreu em abril de 2015, logo após a promulgação da Lei do feminicídio. Embora os dados de junho ainda não tenham sido divulgados, já é possível afirmar que este ano marca um triste recorde em relação a esses crimes. O aumento nos registros tem gerado preocupações entre autoridades e especialistas, que ressaltam a necessidade urgente de medidas eficazes no combate à violência de gênero, bem como um suporte adequado para as vítimas.