Após a recente nomeação do novo presidente do Banco Central, o economista Felipe Salto, atual economista-chefe da Warren Investimentos, manifestou seu apoio à escolha de Gabriel Galípolo para o cargo. Salto destacou que Galípolo é o “nome certo” para este desafio, ressaltando a confirmação da indicação feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde de ontem.
Com uma longa amizade e colaboração com Galípolo, Salto elogiou a profunda capacidade de análise econômica do candidato, que, segundo ele, possui uma notável habilidade de comunicação com um amplo espectro de interlocutores. Essa versatilidade é vista como fundamental para alcançar os objetivos do Banco Central e beneficiar a economia nacional. “A notícia de que Galípolo será indicado à presidência do Banco Central é um bom agouro”, afirmou Salto, expressando confiança de que, sob sua liderança, o Banco Central conseguirá preservar o poder aquisitivo da moeda, ao mesmo tempo em que fomenta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a criação de novos postos de trabalho.
Salto também sublinhou a complexidade envolvida na condução da política monetária no Brasil, apontando quatro requisitos cruciais que um presidente do Banco Central deve atender para ter sucesso: excelência na capacidade de comunicação, fundamentação sólida nas decisões tomadas, utilização eficiente do expertise dos servidores da autoridade monetária e, fundamentalmente, a capacidade de dialogar eficazmente com o governo, o Congresso, o mercado financeiro, a academia e, por último, mas não menos importante, a economia real. Segundo o economista, Galípolo está intrinsecamente preparado para enfrentar esses desafios.
Gabriel Galípolo possui uma trajetória profissional robusta, com experiências significativas tanto no setor público quanto no privado. Ele ocupou cargos importantes no governo do Estado de São Paulo, presidiu o Banco Fator e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Atualmente, atua como diretor do Banco Central, onde se destaca por sua competência técnica, especialmente em questões relacionadas ao mercado de títulos públicos e à gestão cambial. Salto notou que Galípolo demonstrou um conhecimento abrangente do mercado, aliado a uma comunicação fundamentada em documentos oficiais e a uma flexibilidade essencial para navegar pelas complexidades da política monetária.
Um ponto marcante que Salto mencionou foi o respeito que Galípolo conquistou rapidamente entre os servidores permanentes do Banco Central, conhecidos por sua expertise técnica e analítica. “Ali, a música toca sempre afinada, sem notas dissonantes e melodias confusas. Não se aceita maus dançarinos”, ressaltou, enfatizando a importância da habilidade de Galípolo em harmonizar a equipe e manter a eficácia nas operações do Banco Central.
Com relação à relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Galípolo, Salto afirmou que essa interação pode ser benéfica para o país. Ele observou que é normal para o presidente ter preocupações sobre aspectos econômicos como o custo do crédito, a taxa de desemprego e a inflação, assim como o crescimento econômico sustentável. Contudo, ressaltou que é essencial que os dirigentes do Banco Central mantenham um diálogo respeitoso, limitado às suas atribuições e mandatos que devem ser cumpridos.
A nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central ainda aguarda a aprovação do Senado Federal. Porém, segundo Felipe Salto, Galípolo demonstra não apenas o preparo necessário, mas também a resiliência e a determinação necessárias para liderar a instituição e enfrentar os desafios que se aproximam. A expectativa é de que sua gestão possa proporcionar estabilidade econômica e confiança no cenário monetário brasileiro, contribuindo assim para um crescimento sustentável a longo prazo do país.