Expansão do Instituto Butantan em Foco
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está determinado a implementar um ambicioso projeto de lei até o segundo semestre de 2025. Este projeto visa alterar o zoneamento urbano da cidade, facilitando a construção de edifícios de até 48 metros de altura no Instituto Butantan, localizado na zona oeste. A proposta é parte de um controverso plano de expansão do instituto, que inclui a edificação de uma nova fábrica de vacinas.
A partir da aprovação do Projeto de Lei (PL), o Plano de Intervenção Urbana (PIU) será modificado para a área do Arco Pinheiros, criando a chamada Área de Intervenção Urbana Arco Pinheiros. Com isso, o atual zoneamento da região, classificado como Zona de Ocupação Especial USP (ZOE-USP), será subdividido em ZOE-Butantã e ZOE-IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que operam dentro do campus do Butantã.
Essa mudança permitirá que o limite de altura das construções do Instituto, que hoje é de 28 metros, seja elevado para 48 metros. Em entrevista ao Metrópoles, o prefeito Nunes expressou a expectativa de que a proposta seja tratada como prioridade nas votações da Câmara Municipal, que reinicia suas atividades esta semana. Outro projeto que ele considera de urgência é aquele que propõe a ampliação das multas para fios abandonados em postes da cidade, que deve ser debatido em paralelo.
Aumento das Multas para Fiação Irregular
Além da alteração no zoneamento, Nunes planeja aprovar um projeto de lei que prevê um aumento significativo nas multas aplicadas aos responsáveis por fios abandonados na capital. Enviado à Câmara em junho deste ano, o projeto propõe uma penalidade de R$ 5 mil por dia para cada quadra afetada, no caso de concessionárias que deixarem fios expostos nas ruas. Atualmente, essa multa é de R$ 500.
Adicionalmente, o projeto prevê a aplicação de uma multa de R$ 10 mil para indivíduos que coloquem publicidade do tipo lambe-lambe na cidade, podendo chegar a R$ 20 mil se a infração ocorrer em bens tombados. Com essas medidas, a administração municipal busca não apenas melhorar a estética urbana, mas também garantir a segurança e a organização do espaço público.
Controvérsias em Relação à Expansão do Butantan
A proposta de expansão do Instituto Butantan não está isenta de controvérsias e críticas. O Movimento SOS Instituto Butantan e residentes locais têm expressado sua oposição ao projeto, principalmente devido à previsão de derrubada de aproximadamente 6,6 mil árvores na área. Em maio, um protesto foi realizado na zona oeste, no intuito de reivindicar uma revisão das obras planejadas.
As árvores em questão são parte de um remanescente da Mata Atlântica, e os moradores temem que a retirada delas possa impactar negativamente a temperatura na região e a qualidade do ar, afetando a saúde da população local. Um abaixo-assinado contra a medida já foi organizado pelos moradores, que argumentam que a compensação proposta pelo Butantan—o plantio de 9.260 novas mudas de espécies nativas na área—não será suficiente para mitigar o impacto ecológico dos cortes. Para eles, a vegetação atual funciona como um corredor ecológico, e a redução da cobertura vegetal comprometerá essa função.
Além disso, a SOS Butantan levantou questões sobre o processo de aprovação do projeto junto ao Condephaat, o órgão responsável pela autorização de intervenções em áreas tombadas. A entidade aponta um possível conflito de interesse entre a diretoria do órgão municipal e os proponentes do projeto, o que eleva ainda mais o debate sobre a expansão do instituto e seus impactos.