Declarações Controversas e Contexto Político
O ex-general Roberto Vannacci, conhecido por sua posição antigay, fez acusações contundentes à esquerda italiana neste sábado (20). Durante um evento com jovens filiados ao seu partido, a Liga, em Pontida, na região da Lombardia, Vannacci afirmou que a esquerda se utiliza da vitimização como uma estratégia política.
“Vitimização não faz parte da direita. É Saviano quem anda com escolta, não eu. Então, eles são as vítimas. Hoje, se você não é vítima, você não é ninguém”, disse Vannacci, referindo-se ao renomado jornalista e escritor Roberto Saviano, que está sob proteção policial devido a ameaças de organizações mafiosas. Esse tipo de afirmação tem gerado debates acalorados, especialmente no contexto atual da política italiana, onde as tensões entre direita e esquerda se intensificam.
Notório por seu livro “O Mundo de Cabeça Para Baixo”, que expõe teorias racistas e homofóbicas, Vannacci não esconde suas opiniões controversas. Na obra, ele declara que os homossexuais “não são normais” e critica o que chama de “lobby gay internacional”, que, segundo ele, busca normalizar as relações entre pessoas do mesmo sexo.
A Coragem Entre Os Ameaçados
Falando sobre sua própria segurança, o ex-general ressaltou que “não tem medo” de ameaças, mas reconhece que está “ciente dos riscos” que sua posição pode acarretar. “Eu mesmo providencio minha escolta e administro meu medo porque essa é a minha crença. Aceitamos o risco como pessoas fortes e corajosas, e deixamos as vítimas para os outros”, afirmou, enfatizando sua determinação em continuar a defender suas ideologias, mesmo diante de possíveis perigos.
Ao ser questionado sobre a hipótese de assumir um cargo mais elevado dentro da Liga, Vannacci foi enfático: “Não, aspiro a continuar a fazer o meu trabalho, que é ser membro do Parlamento Europeu, da melhor forma possível. Este é o mandato que 563 mil eleitores me deram”, destacou, reafirmando seu compromisso com os eleitores.
Legado e Ideologia: Uma Comparação Chocante
Referindo-se ao ativista conservador Charlie Kirk, que foi assassinado em um evento nos Estados Unidos, Vannacci fez uma declaração que não passou despercebida: “Não devemos apenas falar” sobre Kirk, mas sim nos tornarmos “seus herdeiros nas arenas, nas escolas, nas ruas e nas praças”. Essa retórica pode ser vista como uma tentativa de mobilização da base conservadora, o que, por sua vez, levanta questões sobre a segurança e a polarização política.
O ex-general concluiu: “Qualquer ideia que você tenha nunca está errada. Qualquer ideia é combatida com dúvidas, questionamentos e explicações, não com censura, com os tribunais e muito menos com tiros. Portanto, todos nós aqui hoje somos como Charlie Kirk e carregaremos seu legado em nosso sangue, em nossas veias e entre o povo”. Essas palavras fazem parte de um discurso que visa não apenas legitimar suas crenças, mas também galvanizar seus apoiadores em um clima de intensa divisão política.