A famosa influenciadora digital e ex-bailarina do programa “Domingão do faustão“, Natacha Horana, foi detida em São Paulo, em 14 de novembro, sob suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro e organização criminosa. Essa nova prisão revela um capítulo turbulento na vida da influenciadora, que já havia enfrentado problemas com a lei durante a pandemia de covid-19. Em julho de 2020, Natacha foi flagrada em uma festa clandestina em Balneário Camboriú, o que resultou em sua detenção por desacato à autoridade.
Naquela ocasião, a prefeitura local recebeu uma denúncia fundamentada que levou guardas municipais e policiais militares a um apartamento onde ocorria a festa, com cerca de 30 pessoas presentes, incluindo celebridades e profissionais da saúde. A presença de Natacha no evento chamou a atenção das autoridades, que a detiveram por desacato e a conduziram à delegacia. Após a formalização do incidente, foi registrado um termo circunstanciado e ela foi liberada pouco tempo depois. Os responsáveis pelo apartamento receberam multas que somaram R$ 5 mil.
Em 2021, a influenciadora decidiu processar a prefeitura de Balneário Camboriú por danos morais. Na petição, à qual teve acesso o portal Terra, Natacha argumentou que sua viagem à cidade era profissional e que um amigo tinha alugado o apartamento onde ela se hospedava. Afirmou que, numa tarde, ao retornar do almoço, foi surpreendida por gritos e batidas em sua porta, procedentes de guardas municipais e fiscais, que alegavam realizar uma operação para coibir a festa ilegal.
Durante a ação, Natacha mencionou a abordagem agressiva dos guardas, que a procuravam sob a premissa de localizar a “dançarina do faustão” e um jogador de futebol. Após ser solicitada a se vestir antes da entrada dos agentes, ela foi ameaçada de prisão sem que fosse apresentada qualquer justificativa. Relatou ainda que um dos fiscais entrou em seu quarto e começou a filmá-la sem o seu consentimento, o que a levou a colocar a mão na frente da câmera. Em resposta, os guardas realizaram sua imobilização utilizando força desproporcional.
A juíza da Vara da Fazenda, Candida Inês Zoellner Brugnoli, salientou a ilegalidade da abordagem, uma vez que não havia mandado judicial ou estado de flagrância, caracterizando a invasão como abusiva. A influenciadora narrou que durante a imobilização, um agente pressionou seu pescoço com uma chave de braço, e ela foi algemada e colocada na parte de trás da viatura. Além disso, sua detenção foi acompanhada de gravações que logo foram divulgadas nas redes sociais.
A prefeitura, por outro lado, defendeu-se alegando que a denúncia era válida e que as circunstâncias no local da festa indicavam a presença de drogas e álcool, além de afirmar que Natacha teria tentado tomar o celular dos agentes e agido de forma hostil. O município não se manifestou sobre a decisão judicial, mas Natacha exigiu R$ 75 mil de indenização na ação, da qual, a juíza considerou parcialmente procedente, condenando a prefeitura a pagar R$ 20 mil por danos morais, resultantes da divulgação não autorizada das imagens.
Recentemente, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou a prisão de Natacha por suspeitas de crime organizado, ressaltando a apreensão de R$ 119.650,00 em dinheiro, vários eletrônicos e um veículo de luxo Mercedes-Benz C300, que segundo a influenciadora, era emprestado. O mandado de prisão foi emitido pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
A defesa de Natacha se manifestou em suas redes sociais, afirmando que a prisão foi um “erro” e que ela tinha sido colocada nessa situação apenas por ter conhecido indivíduos sob investigação previamente. Além disso, alegaram que pretendem contestar a decisão judicial junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), após a distribuição do processo ocorrida em 15 de novembro, mas até agora, sem uma resolução definida. Essa série de eventos ressalta os desafios que Natacha Horana tem enfrentado, tanto na sua vida pessoal quanto em sua carreira, capturando a atenção do público e gerando discussões acaloradas sobre as implicações legais de suas ações.