Teerã tem enfrentado há mais de 20 anos constantes acusações sobre sua suposta intenção de desenvolver armas nucleares, o que tem gerado um clima de tensão extrema no oriente médio. A possibilidade de o Irã possuir uma bomba atômica levanta alarmes, especialmente em israel, que considera essa situação uma ameaça existencial. As autoridades israelenses temem que o regime teocrático iraniano, caso obtenha tal armamento, possa usar a arma para eliminar o Estado israelense. Por outro lado, o governo iraniano defende que seu programa nuclear é de natureza pacífica e se justifica como parte de um esforço para gerar energia elétrica. No entanto, essa afirmação é recebida com ceticismo por potências ocidentais, que acreditam que o Irã está se aproximando do nível de enriquecimento de urânio necessário para fabricar uma bomba nuclear.
Em 2015, o Irã firmou um acordo com os estados unidos e outras potências mundiais, permitindo a inspeção de suas instalações nucleares. Esse acordo, que foi celebrado como um sucesso temporário, ajudou a desacelerar o programa nuclear iraniano e diminuiu as preocupações sobre a fabricação de armas atômicas. Contudo, a saída dos estados unidos do pacto sob a presidência de Donald Trump em 2018, que foi seguida pelo reatamento das atividades nucleares por parte do Irã, reiniciou um ciclo de tensões. Desde então, as hostilidades entre os dois países cresceram, especialmente com a recente mobilização de forças militares americanas na região, que aumenta a possibilidade de um conflito direto.
A situação no oriente médio é delicada, e a escalada do conflito entre israel e Irã já resultou em milhares de mortos e feridos. O envolvimento dos estados unidos nesta disputa pode intensificar ainda mais a crise, levando a um ataque coordenado às instalações nucleares iranianas. Recentemente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou o regime dos aiatolás como uma das principais ameaças à segurança de seu país e, assim, decidiu agir enquanto o Irã enfrenta um período de fragilidade econômica e social. O governo iraniano, sob pressão de sanções internacionais, vive uma crise interna exacerbada pela insatisfação popular e pela repressão a protestos.
Além disso, a perda de influência do Irã sobre seus aliados regionais, como o Hamas e o Hezbollah, tem sido notável. Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, israel conseguiu desferir golpes significativos contra esses grupos, que eram considerados uma linha de defesa para Teerã. Essa mudança de dinâmica tem levado israel a agir de forma preventiva, considerando o momento propício para atacar as capacidades nucleares do Irã.
Com o aumento das tensões, o presidente Donald Trump busca agora uma solução que envolva uma ação militar direta contra o Irã, especialmente após várias tentativas frustradas de negociação. O ultimato imposto pelo governo americano exige que o Irã desista de seu programa nuclear de forma irrestrita. Para isso, os estados unidos têm mobilizado equipamentos e aeronaves para a região, sinalizando que um ataque pode estar próximo. Se a ação militar ocorrer, o foco será em destruir as instalações nucleares iranianas, que estão fortemente protegidas em bunkers subterrâneos. Apenas os estados unidos possuem a tecnologia necessária para realizar tal operação, o que destaca a importância de sua participação direta.
Caso essa intervenção militar se concretize, as consequências podem ser amplas e devastadoras, não apenas para o Irã, mas também para a estabilidade da região. Ataques às instalações nucleares podem ser vistos como ilegais sob o direito internacional, agravando ainda mais a situação global. O ataque pode, inclusive, abrir caminho para uma mudança de regime em Teerã, uma vez que os estados unidos e israel buscam não apenas desmantelar o programa nuclear, mas também neutralizar a liderança iraniana.
A situação é complexa, e a entrada dos estados unidos no conflito traria novas dinâmicas para o oriente médio, onde países como arábia saudita e jordânia já expressam seu apoio a israel, preocupados com as ambições nucleares do Irã. Entretanto, uma intervenção militar americana poderá provocar uma onda de instabilidade, similar ao que ocorreu no Iraque após a queda de Saddam Hussein, e poderá ainda desafiar os princípios da ordem internacional baseada em normas e instituições multilaterais. A falta de respaldo da ONU para uma ação desse tipo pode sinalizar uma nova era, em que a força militar se sobrepõe ao diálogo diplomático e às resoluções pacíficas.