Na última sexta-feira, dia 22, um grupo de aproximadamente 10 estudantes do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) teve uma experiência rica em aprendizado prático. Eles realizaram uma visita às obras do Drenar DF, que é considerado o maior programa de escoamento e captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), com um investimento total de R$ 180 milhões, voltado para a gestão eficiente das águas pluviais na região.
Durante a visita, os alunos tiveram a oportunidade de explorar em detalhes a complexa estrutura composta por 7,7 km de túneis, dos quais 7,5 km já estão escavados. Este sistema de drenagem foi projetado para otimizar o escoamento das águas da chuva e melhorar a proteção dos anéis de aço corrugado que sustentam a estrutura dos túneis. Antes de adentrarem o local da obra, os estudantes participaram de uma apresentação na sede da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), que é a entidade responsável pela implementação do programa.
Hamilton Lourenço Filho, diretor técnico da Terracap, enfatizou a importância dessas visitas, afirmando que elas são cruciais tanto para a formação técnica dos alunos futuros profissionais de arquitetura, quanto para informar a população sobre os benefícios do projeto. Ele destacou que é vital conectar a teoria com a prática, especialmente em um campo tão relevante como a arquitetura e o urbanismo.
A coordenadora do curso de arquitetura do IESB, Larissa de Aguiar Cayres, também ressaltou como essa iniciativa ajuda a integrar conhecimento acadêmico e aplicação prática, o que enriquece o currículo dos alunos. Segundo ela, a experiência proporcionada pela visita é inestimável, já que permite que os estudantes vejam de perto aspectos como a composição do solo, as técnicas de escavação e os desafios enfrentados nas obras, que são ensinados em sala de aula, mas que ganham uma nova dimensão quando observados na prática.
Os alunos Dimitri Medeiros, de 21 anos, e rita Munck, de 53 anos, expressaram a visão de que esta visita não apenas enriquece seu conhecimento técnico, mas também lhes proporciona uma perspectiva sobre como sua futura profissão pode impactar positivamente a sociedade brasiliense. Para rita, a área de urbanismo é extremamente relevante, especialmente em projetos como o Drenar, que são realizados em uma cidade já firmemente estabelecida e tombada. Ela mencionou que essa vivência prática é fundamental para uma compreensão mais profunda do que a teoria ensina.
Dimitri complementou dizendo que ver a extensão do projeto em ação difere enormemente daquilo que é abordado em sala de aula, e considera que essa visita realmente soma muito ao seu desenvolvimento profissional.
O Drenar DF contempla a instalação de 306 unidades de captação, conhecidas como bocas de lobo, das quais cerca de 216 já foram concluídas. Esses pontos são essenciais para fortalecer a rede de captação de águas pluviais já existente. Adicionalmente, as escavações e montagens dos 107 poços de visita (PVs) projetados foram totalmente finalizadas. As entradas de acesso à rede possuem profundidade média de 11,32 metros, e algumas delas chegam até 21,3 metros – o que equivale a um edifício de seis andares.
Esse programa é executado em etapas, com a primeira abrangendo as áreas próximas à Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e envolvendo diversas quadras da Asa Norte, além de cruzar importantes vias como as W3 e W5 Norte e o Eixão. A Terracap já finalizou o planejamento da segunda etapa do projeto, que cobrirá as quadras 4 e 5 até a 14 da Asa Norte e o material está em processo de aprovação na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Outra inovação que faz parte desse projeto é o Parque Internacional da Paz, que será implantado no Setor de Embaixadas Norte, em frente ao Iate Clube e próximo à via L4. Com 5 mil metros quadrados de área verde, o parque contará com esculturas e uma variedade de 249 árvores e arbustos. Entre as espécies escolhidas estão aquelas que oferecem sombra, como as magnólias-do-brejo, aroeiras-vermelhas e copaíbas, além de frutíferas, como aceroleira, pitangueira, jabuticabeira e goiabeira. O projeto, desenvolvido pela Terracap em colaboração com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) e atendendo às diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), também incluirá uma ciclovia de 1,1 km que contornará o parque, oferecendo mais opções de lazer e mobilidade à população.