Na última sexta-feira, 22 de setembro, um grupo de 10 alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) participou de uma visita técnica ao drenar DF, o maior programa de escoamento e captação de águas pluviais promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Com um investimento significativo de R$ 180 milhões, o drenar DF representa um avanço crucial na infraestrutura de drenagem da capital do brasil. Durante a visita, os futuros profissionais tiveram a oportunidade de explorar em detalhe a estrutura imponente do projeto, que abrange 7,7 km de túneis, dos quais 7,5 km já estão escavados. Essa infraestrutura não apenas otimiza o escoamento das águas, mas também reforça a segurança com a instalação de anéis de aço corrugado que sustentam os túneis. Antes de adentrarem diretamente na obra, os estudantes assistiram a uma apresentação na sede da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), entidade encarregada de gerenciar o programa.
Hamilton Lourenço Filho, diretor técnico da Terracap, destacou a importância dessas visitas tanto para a formação técnica dos alunos quanto para a conscientização da comunidade sobre os benefícios que o projeto trará. Ele enfatiza que experiências práticas são fundamentais para a formação de arquitetos competentes e conscientes de seu papel na sociedade. Para Larissa de Aguiar Cayres, coordenadora do curso, a integração entre teoria e prática é essencial para a formação robusta de futuros profissionais de engenharia civil. “As informações sobre geologia, escavações e desafios enfrentados nos projetos são, sem dúvida, ensinadas em sala de aula, mas ter a oportunidade de observar e compreender esses aspectos na prática é uma experiência transformadora”, afirma.
Os alunos Dimitri Medeiros, de 21 anos, e rita Munck, de 53 anos, relataram que essa visita foi uma chance inestimável de entender como suas futuras carreiras impactarão o bem-estar da população de Brasília. “O urbanismo é uma parte extremamente relevante de nossa formação, e o drenar, por ser uma obra que ocorre em uma cidade já consolidada e tombada, oferece uma perspectiva única”, comenta rita. Dimitri complementa, afirmando que a vivência prática supera as expectativas formadas apenas pela teoria, enriquecendo sua formação profissional de forma significativa.
O drenar DF, ao longo de sua execução, está programado para incluir 306 unidades de boca de lobo, das quais 216 já foram concluídas, proporcionando um aprimoramento vital à já existente rede de drenagem. Em relação aos 107 poços de visita projetados, todos estão com as escavações e montagens finalizadas. Esses poços, que têm profundidade média de 11,32 metros e chegam a impressionantes 21,3 metros em alguns pontos, equivalem à altura de um prédio de seis andares, demonstrando a magnitude e a complexidade do projeto.
Atualmente, o programa é desenvolvido em etapas. A fase inicial abrange a área ao redor da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha), estendendo-se por diferentes quadras da Asa Norte, incluindo locais estratégicos como Asas 902, 702, 302 e o Eixo Rodoviário Norte, além da Via L2 Norte, que leva aos setores que abrigam embaixadas. A Terracap já está prosseguindo com os planos para a segunda etapa, que incluirá as quadras 4, 5 e até a 14 da Asa Norte, aguardando aprovação e liberação de recursos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Um projeto de terceira fase também está em fase de estudos, visando atender as quadras finais 15 e 16.
Como parte do desenvolvimento urbano, um novo Parque Internacional da Paz será instalado no Setor de Embaixadas Norte, em frente ao Iate Clube, e incluirá uma lagoa e uma área livre de 5 mil m². Este espaço verde contará com uma rica variedade de 249 árvores e arbustos, incluindo espécies frutíferas e sombreadas, como magnólias-do-brejo e jabuticabeiras, proporcionando um ambiente ideal para a convivência e lazer da população. O projeto, elaborado em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) e em conformidade com as exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluirá também uma ciclovia de 1,1 km que circundará o parque, promovendo uma alternativa sustentável para os moradores da região e reforçando a importância de espaços verdes em áreas urbanizadas.