Frieza em Meio ao Caos
O empresário René da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, principal suspeito pela morte do gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, apresentou um comportamento surpreendente em Belo Horizonte (MG) após o homicídio. Imagens de câmeras de segurança, exibidas no programa Fantástico neste domingo, dia 17, mostram René caminhando tranquilamente com seus cães e frequentando a academia, mesmo depois de ser identificado como o autor dos disparos que resultaram na morte do trabalhador.
A atitude do empresário foi ressaltada pelo juiz Leonardo Vieira da Rocha Damasceno, responsável pela audiência que transformou a prisão em flagrante de René em prisão preventiva. “É notável como parece que ele foi preso em plena atividade física. Como é possível cometer um crime tão grave e depois se comportar normalmente?”, questionou o magistrado.
As imagens não apenas revelaram o cotidiano de René, mas também detalhes cruciais sobre a dinâmica do crime. Testemunhas relataram que a discussão entre o empresário e os garis começou devido a um incidente no trânsito, quando René, insatisfeito por não conseguir passar com seu carro, sacou uma arma e atirou em Laudemir. Evandro Marcos de Souza, um colega da vítima, narrou a sequência trágica dos eventos: “Ele veio armado, tentou recarregar a arma que havia deixado cair, e, em seguida, disparou contra um trabalhador que apenas cumpria sua função”.
A Repercussão do Crime
Um dos garis presente no momento do crime gravou o momento em que o carro do empresário deixou a cena. A esposa de Laudemir, Liliane França da Silva, expressou sua dor: “Meu Lau saiu para trabalhar e acabou voltando para mim em um caixão”. Esse desabafo ressoa entre a comunidade, que se viu abalada por um crime tão violento e sem justificativa aparente.
René da Silva Nogueira Júnior foi preso na última segunda-feira, dia 11, em uma academia situada em Belo Horizonte. No início da manhã daquela data, no bairro Vista Alegre, a Polícia Militar recebeu um chamado para atender uma ocorrência de homicídio que teve origem em uma discussão de trânsito. Laudemir Fernandes foi encontrado ferido e, apesar de ter sido socorrido ao Hospital Santa Rita em Contagem, não resistiu aos ferimentos.
Com base nas imagens de segurança e nas declarações das testemunhas, a polícia rapidamente identificou o empresário, que foi detido horas após o fato, ainda com o veículo utilizado no crime. Na audiência de custódia ocorrida no dia 13, o juiz Damasceno decidiu manter a prisão preventiva de René, considerando que havia elementos suficientes para tal medida, mesmo com o empresário negando a acusação.
O magistrado destacou que, antes de levar René à delegacia, uma fotografia do suspeito foi mostrada a testemunhas, que o reconheceram como o autor do disparo. As características físicas do empresário, como altura e porte, foram compatíveis com as descrições dadas pelos presentes na cena do crime.
Provas e Justificativas para a Prisão
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No local do homicídio, os policiais encontraram uma munição intacta e outra deflagrada, ambas de calibre .380. Posteriormente, René admitiu que sua esposa possui uma pistola desse mesmo calibre, que foi apreendida na residência do casal. O juiz enfatizou que, apesar de ser réu primário, a prisão preventiva se justificava diante da gravidade do crime e da conduta do empresário, considerado um risco à ordem pública.
“O crime ocorreu em plena luz do dia, motivado por uma irritação fútil provocada por um caminhão de lixo”, apontou Damasceno. Ele também observou a frieza de René ao sacar a arma após uma breve discussão, indicando uma decisão premeditada de usar a violência contra um trabalhador cuja função é essencial para a sociedade.
A decisão do juiz ressaltou que o comportamento do empresário demonstra um desprezo pela vida humana e provoca um sentimento de insegurança na comunidade, reafirmando que sua liberdade, neste momento, representa um risco real à ordem pública. O caso é um alerta sobre as consequências da violência cotidiana e a necessidade de reflexão sobre a preservação da vida em situações de conflito.