Juiz Reflete sobre Atitude do Empresário Após Crime
Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário de Belo Horizonte, enfrenta a acusação de homicídio após a morte do gari Laudemir de Souza Fernandes em um incidente de trânsito. A prisão do empresário foi convertida de flagrante para preventiva, uma decisão que reflete a gravidade da situação. O juiz Leonardo Vieira da Rocha Damasceno, responsável pela audiência de custódia, não hesitou em questionar a postura do réu. ‘O que chama atenção é que ele parece ter sido preso em uma academia. Comete um crime tão sério e vai treinar?’, indagou o magistrado, ressaltando a periculosidade e o desrespeito pela vida demonstrados por Renê.
A prisão ocorreu na segunda-feira, dia 10, e o Tribunal de justiça de Minas Gerais decidiu pela manutenção da prisão preventiva, considerando a personalidade ‘violenta’ e ‘desequilibrada’ do empresário. Embora Renê seja réu primário, o juiz classificou o crime como um ato cometido por ‘motivo fútil’, uma briga de trânsito em que a vítima, indefesa, foi alvejada no abdômen e morreu no local devido a hemorragia interna.
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Contexto do Crime e Reação da justiça
Durante o interrogatório, colegas de trabalho de Laudemir relataram que o empresário se irritou com a retenção do trânsito e começou a ameaçá-los. Testemunhas revelaram que, ao sacar a arma, Renê deixou o carregador cair, mas o recolocou na arma e disparou em direção ao gari. O juiz enfatizou que a ação do empresário não foi um impulso momentâneo, mas uma decisão consciente e deliberada. ‘O ato de se abaixar para pegar o carregador e manuseá-lo novamente demonstra que ele tinha plena intenção de agir com violência’, comentou Damasceno.
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Além disso, as testemunhas afirmaram que não houve discussão prévia. Os colegas de Laudemir apenas tentavam ajudar Renê a manobrar seu veículo, o que torna o ato de violência ainda mais incompreensível. O juiz descreveu a situação como ‘uma reação desproporcional’, observando que o crime ocorreu em plena luz do dia e foi motivado por uma irritação momentânea.
Defesa e Desdobramentos Legais
Na audiência, a defesa de Renê solicitou atendimento médico e a disponibilização de medicamentos controlados, alegando que o empresário faz uso regular de remédios. O magistrado atendeu a esses pedidos, mas rejeitou o pedido da defesa para tornar o caso sigiloso, argumentando que a transparência é fundamental, salvo em situações em que a intimidade ou interesse social justifiquem restrições.
A decisão de manter a prisão preventiva de Renê Nogueira reflete a preocupação da justiça em evitar a repetição de crimes violentos, especialmente considerando a natureza desprezível do ato cometido. A sociedade aguarda o desfecho deste caso, que não apenas envolve a perda trágica de uma vida, mas também levanta questões sobre a violência no trânsito e o respeito à vida humana.

