A trajetória de Marisa Iório com o cavalo mangalarga é um verdadeiro testemunho de amor, comprometimento e inovação no universo da equinocultura. Com uma carreira que se estende por impressionantes 41 anos, Marisa se destaca como uma referência nacional no que diz respeito à pelagem pampa da raça mangalarga. Sua expertise vai além do conhecimento técnico; ela se empenha em transformar sua paixão em um legado duradouro dentro do agronegócio brasileiro, elevando a visibilidade do mangalarga e contribuindo significativamente para o setor.

Antes de mergulhar de cabeça na criação de cavalos, Marisa formou-se em Artes na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Essa formação artística não só moldou sua sensibilidade, mas também sua abordagem única no manejo e cuidado dos animais. Desde sua infância em São Paulo, sua conexão com a arte e a natureza a motivou a fundar o Aras Lagoinha, que se tornou, ao longo dos anos, um dos maiores e mais respeitados criatórios de mangalarga do Brasil. “Comecei com um único cavalo. Hoje, somos o terceiro maior produtor da raça mangalarga do país”, destaca Marisa, evidenciando sua trajetória de sucesso.

A escolha pela pelagem pampa não foi meramente uma decisão estética; foi uma visão estratégica e ousada. Marisa percebeu que essa característica, que por muito tempo foi subestimada e até esquecida dentro da raça mangalarga, precisava ser resgatada. “A pelagem pampa estava praticamente em desuso. Com ela, também perdemos sangues valiosos. Nossa missão foi restaurar essa herança”, explica. Seu trabalho incansável culminou em realizações notáveis, como a inclusão do garanhão Monte Blanco, com pelagem pampa, no prestigioso Livro de Mérito da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da raça mangalarga, um feito raro que eleva ainda mais sua reputação no setor.

Iniciar uma criação de cavalos a partir de um único animal e transformá-la em um negócio próspero e reconhecido não é uma tarefa simples. Marisa atribui sua longevidade e sucesso na equinocultura à estrutura técnica meticulosa que estabeleceu ao longo de décadas. “Sou extremamente observadora. Mantemos controles rigorosos sobre nutrição, vacinação e até mesmo sobre o peso da placenta dos potros para monitorar seu desenvolvimento”, revela. Essa atenção aos pequenos detalhes é o que realmente diferencia o Aras Lagoinha dos demais criatórios.

O cuidado com os potros começa antes mesmo de seu nascimento. Marisa e sua equipe dedicam-se ao cuidado nutricional das éguas prenhas, assegurando que a qualidade genética dos animais seja sempre aprimorada. Essa busca incessante pela excelência envolve uma colaboração estreita com nutricionistas e um acompanhamento rigoroso da saúde e do desenvolvimento de cada cavalo.

Alguns dos pilares que sustentam o padrão de excelência do Aras Lagoinha incluem:

1. **Alimentação de alta qualidade**: Uma parceria de 40 anos com um produtor de ração especializado garante que os animais recebam a nutrição adequada.

2. **Pastagens bem cuidadas**: Essenciais para a saúde dos cavalos, já que são animais herbívoros, as pastagens são mantidas em excelentes condições.

3. **Controle rigoroso da saúde**: Com um acompanhamento detalhado que inclui vacinas, exames e histórico individual de cada animal.

4. **Acompanhamento desde a gestação**: Um foco especial no desenvolvimento dos potros desde o início da gestação.

5. **Gestão feminina eficiente**: Uma equipe técnica liderada por mulheres que observa cada detalhe do manejo.

Essas estratégias de sucesso não apenas garantem a qualidade dos animais produzidos, mas também consolidaram o Aras Lagoinha como uma referência na criação de mangalarga, especialmente na pelagem pampa. Marisa Iório e sua equipe foram premiadas por 25 anos consecutivos como as melhores criadoras e expositoras da raça, solidificando ainda mais seu legado no mundo da equinocultura. Ao unir arte, ciência e amor pelos cavalos, Marisa continua a inspirar e a transformar o cenário do agronegócio brasileiro.

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